Na sua mensagem 'Urbi et Orbi', o Papa denuncia a "situação desesperada" de Gaza
Na sua tradicional mensagem 'Urbi et Orbi' de Natal, o Papa Francisco denunciou a situação humanitária em Gaza, implorou pela paz na Ucrânia e evocou designadamente os conflitos no Sudão, no Sudão do Sul e na RDC. "É preciso dizer não às armas", disse o sumo pontífice ao meio-dia, a partir da Basílica São Pedro de Roma.
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Como todos os anos, na sua mensagem pronunciada diante de milhares de peregrinos e transmitida pelo mundo fora, o Papa Francisco recordou os principais conflitos e focos de tensão no mundo, denunciando quem lucra com a guerra. "Para dizer 'não' à guerra, é preciso dizer 'não' às armas. Como é que se pode falar de paz, se aumentamos a produção e o comércio das armas?", questionou o chefe religioso.
Ao evocar a situação no Médio Oriente, o Papa Francisco renovou o veemente pelo à paz que fez ontem à noite por ocasião da Missa de Natal. "Carrego no coração a dor pelas vítimas do horrível ataque do passado dia 7 de Outubro e renovo um veemente apelo pela libertação daqueles que continuam detidos como reféns. Suplico que cessem as operações militares, com a sua terrível sequência de vítimas civis inocentes, e que se resolva a situação humanitária desesperada abrindo o caminho para a chegada da ajuda humanitária (em Gaza)", disse o Sumo Pontífice.
Referindo-se à situação a longo prazo naquela região, o pontífice lançou um apelo para que se "resolva a questão palestiniana, através de um diálogo sincero e perseverante entre as partes, apoiado por uma forte vontade política e pelo apoio da comunidade internacional".
Os restantes conflitos activos noutras partes do mundo não foram esquecidos, nomeadamente a Ucrânia que, pela primeira vez, celebrou o Natal de acordo com o calendário católico e não o calendário ortodoxo, em sinal de desafio a Moscovo. "Imploro pela paz na Ucrânia", disse o sacerdote a expressar também o desejo "que chegue o dia da paz definitiva entre a Arménia e o Azerbaijão", depois de a Arménia ter sido derrotada em Setembro no conflito que a opunha ao Azerbaijão em torno do controlo do enclave de Nagorno Karabakh.
Após mencionar os conflitos também vigentes na Síria, o Iémen e o Líbano, por quem disse rezar na expectativa que esses países possam "recuperar rapidamente a estabilidade política e social", o Papa Francisco também evocou as guerras que estão a decorrer em África."Chamo a atenção para os conflitos ainda vigentes na região do Sahel, no Corno de África, no Sudão, nos Camarões, na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul", disse o religioso.
Noutro aspecto, o Sumo Pontífice disse alimentar a esperança que a península coreana possa trilhar "percursos de diálogo e de reconciliação que possam criar as condições para uma paz duradoura" e, ao evocar a situação do continente americano, o Papa exortou "as autoridades políticas e todas as pessoas de boa vontade" a "superar as dissensões sociais e políticas" para combater a pobreza e "enfrentar o doloroso fenómeno das migrações".
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