Georgianos na rua após aprovação de lei controversa
Dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas da Georgia nesta quarta-feira, 1 de Maio, para protestar o controverso projeto de lei sobre a “influência estrangeira”, aprovado em segunda leitura pelo Parlamento. O diploma deve ainda ser apreciado em terceira leitura e deverá ser vetado pela Presidente Salomé Zourabichvili,
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O projecto de lei sobre a “influência estrangeira” foi aprovado no Parlamento com 83 votos a favor e 23 contra. O texto ainda deve passar por uma terceira leitura e a Presidente Salomé Zourabichvili, em conflito com o partido no poder, deverá vetá-lo.
Ontem, dezenas de milhares de georgianos saíram à rua para denunciar esta decisão. Vários manifestantes foram detidos e espancados, incluindo o líder do partido da oposição Movimento Nacional Unido, Levan Khabeishvili, que partilhou uma imagem onde surge com ferimentos graves no rosto.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, condenou a violência na Geórgia, na sequência dos protestos contra a lei sobre agentes estrangeiros, recomendando ao Governo a mensagem do povo.
I am following the situation in Georgia with great concern and condemn the violence on the streets of Tbilisi.
The Georgian people want a European future for their country.
Georgia is at a crossroads. It should stay the course on the road to Europe.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) May 1, 2024
A repressão das manifestações foi denunciada pelo chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que condenou “veementemente a violência” das forças de segurança contra os manifestantes, considerando “inaceitável” o recurso à força para conter protestos pacíficos.
I strongly condemn the violence against protesters in Georgia who were peacefully demonstrating against the law on foreign influence. Georgia is an EU candidate country, I call on its authorities to ensure the right to peaceful assembly.Use of force to suppress it is unacceptable
— Josep Borrell Fontelles (@JosepBorrellF) May 1, 2024
Apelidado de "lei russa", o projeto de lei exige que os órgãos de comunicação social e organizações não comerciais se registem como estando "sob influência estrangeira" se receberem mais de 20% de financiamento do exterior.
Os georgianos temem que a lei possa ser usada para calar a imprensa e as organizações não governamentais e inviabilizar as hipóteses de o país aderir à União Europeia. A Geórgia tem o estatuto de país candidato desde Dezembro de 2023.
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