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Brasil

Chuvas no Rio Grande do Sul causam inundação histórica em Porto Alegre

As inundações deixaram um cenário de terra arrasada no Rio Grande do Sul, no Brasil. As previsões meteorológicas mostram que outras localidades do sul do país podem sofrer também com a chuva no fim-de-semana.

As inundações deixaram um cenário de terra arrasada no Rio Grande do Sul, no Brasil. Imagem de Arquivo.
As inundações deixaram um cenário de terra arrasada no Rio Grande do Sul, no Brasil. Imagem de Arquivo. © REUTERS - Diego Vara
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Casas inteiras arrastadas pela enxurrada, pontes e estradas destruídas, veículos submersos. Em algumas regiões de Porto Alegre, como no centro, não se consegue ver a cor do asfalto, devido à lama. As cheias do lago Guaíba ultrapassaram a marca de 1941 e bateram o recorde histórico em 2024.

Os resgates nessa área são difíceis, para pessoas ou animais, sendo que o número de mortos e de desaparecidos não param de subir. O governo gaúcho monitora quatro barragens com risco de desabamento.

A situação dramática no sul do país deixou patente as carências do Brasil nesse tipo de situações: os eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.

Nas redes sociais imperam os apelos de solidariedade para ajudar os deslocados com água, comida, roupa e colchão.

Estamos aqui para pedir a ajuda de todos vocês para o povo lá do Rio Grande do Sul, que está passando um momento muito difícil. É nessas horas que a gente tem que se unir e eu tenho certeza que o povo brasileiro vai ajudar bastante”, pediu a jogadora de futebol Marta, reforçando o coro de atletas, clubes de futebol, artistas, políticos e de gente comum que se tem mobilizado nas redes sociais.

A principal ajuda até agora veio das Forças Armadas actuando na região para realizar resgates. Um dos desafios é alcançar cidades isoladas pela destruição dos pontos de acesso.

No Rio Grande do Sul, as chuvas torrenciais e os ventos fortes já causaram a morte de pelo menos 56 pessoas, sendo que já se contabilizam 67 desparecidas.

Erico Rohsig, 74 anos, é um dos muitos que perdeu a sua casa na cidade de Colinas. Contactado pela RFI, Erico Rohsig conta que está refugiado num apartamento na metrópole de Porto Alegre, num prédio que se encontra agora também ameaçado pela subida das águas do lago Guaíba.

Eu não achei que ela ia entrar na minha casa. Quando eu vi, ela cobriu a minha casa. Minha casa tem cento e poucos anos. Era do meu bisavô, do meu avô, do meu pai e agora meu. E eu nasci lá. Era de mais sagrado que eu tinha lá. Meu passado era lá. E agora você de repente vê a água cobrindo tudo. Eu fiz o que dava para fazer. Eu tenho lá muitos artigos antigos, lembranças, aliás, eu deixei amarrado desde a outra enchente, mas eles já na época alertaram que poderíamos ter mais uma ou mais enchentes desta envergadura. Essas pessoas que foram levadas pela água, pela enchente, elas relutaram para sair de casa. Por isso ninguém gosta de entregar sua casa. Eu não tenho palavras para dizer. Eu não posso culpar ninguém. O próprio culpado somos nós. O homem, o ser humano é o culpado. Esse aquecimento que existe na terra é nosso”, afirmou Erico Rohsig entrevistado por Lúcia Müzell.

 

01:07

Erico Rohsig, reformado brasileiro 04-05-2024

 

De acordo com as autoridades, há 24 mil pessoas que estão deslocadas em consequência das cheias.

 

Imagem aérea mostra veículos submersos pela lama em Encantado, no Rio Grande do Sul. (03/05/2024)
Imagem aérea mostra veículos submersos pela lama em Encantado, no Rio Grande do Sul. (03/05/2024) © REUTERS - Diego Vara

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