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Faixa de Gaza

Faixa de Gaza: cerca de 110 000 pessoas fugiram de Rafah, controlada pelo exército israelita

Esta sexta-feira, após uma noite de bombardeamentos em Rafah, o exército israelita tomou o controlo da principal estrada de Rafah, que divide a cidade em dois. A zona leste da cidade está cercada por tanques israelitas e cerca de 110 000 pessoas já fugiram para outras zonas do enclave palestiniano. Entretanto, continuam a fracassar as negociações para alcançar um cessar-fogo. 

Uma mulher palestiniana nas escadas de um prédio impactado por um ataque de bombas israelita, no sul da Faixa de Gaza, a 9 de Maio de 2024.
Uma mulher palestiniana nas escadas de um prédio impactado por um ataque de bombas israelita, no sul da Faixa de Gaza, a 9 de Maio de 2024. REUTERS - Hatem Khaled
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Cerca de 110 000 pessoas já fugiram da cidade de Rafah, segundo responsáveis da ONU, procurando refúgio em outras zonas da Faixa de Gaza. Depois de intensos bombardeamentos durante a noite, os tanques israelitas posicionaram-se, esta sexta-feira 10 de Maio, cercando a zona leste da cidade. 

Para muitas das pessoas que fugiram, sem saber onde ir, esta é a "quinta ou a sexta vez que obedecem a ordens de retirada" das autoridades israelitas desde o início da guerra lançada contra Gaza, sublinhou Georgios Petropoulos, do gabinete dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês).

As ameaças norte-americanas de suspender o fornecimento de certos tipos de bombas não foram suficientes para impedir um ataque israelita sobre Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Netanyahu afirmou que continuaria sozinho, se assim fosse preciso, a atacar o território palestiniano, assegurando que o exército israelita possui meios suficientes para "cumprir a sua missão em Rafah".     

Antes de lançar o ataque em Rafah, o exército israelita fechou o ponto de passagem com o Egipto, ponto principal de entrada da ajuda humanitária.

A ONU alertou que, sem combustível nos próximos dias, a maioria dos estabelecimentos de saúde deixarão de funcionar. Estão comprometidos, para além de 17 centros de primeiros socorros, 10 clínicas de saúde móveis, cinco hospitais geridos pelo ministério de saúde do Hamas e outros cinco hospitais de campanha. 

A produção de água cessou em Rafah e foi interrompida no centro e norte da Faixa de Gaza, deixando 450 000 pessoas com um acesso muito limitado a água potável, advertiu ainda o responsável da ONU.

O exército israelita disse esta sexta-feira que mantém operações e que se mantém a intenção de lançar uma ofensiva de grande envergadura nesta cidade do sul do enclave palestiniano, apesar de apelos internacionais à contenção

Na quinta-feira, a agência das Nações Unidas em Jerusalém foi atacada por manifestantes israelitas que tentaram incendiar o local, tratando-se do segundo incidente deste género na mesma semana. 

Continuam a fracassar as negociações para alcançar um cessar-fogo. Esta semana, Israel recusou a proposta elaborada pelos países mediadores, Egipto, Qatar e Estados-Unidos, e aceite pelo Hamas. Ambas as delegações deixaram hoje o Cairo, onde decorriam as negociações, sem nenhum compromisso à vista. 

morreram 34 904 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria mulheres e crianças, desde o ataque do Hamas a 7 de Outubro que matou 1 170 pessoas em Israel e 128 reféns continuam detidos pelo movimento palestiniano.  

A situação em Gaza é debatida esta sexta-feira numa sessão especial da Assembleia geral da ONU, que poderá votar a favor do reconhecimento simbólico do Estado da Palestina. Se tal for o caso, a questão será novamente levada ao Conselho de Segurança da ONU, podendo então tornar-se efectiva. 

Por outro lado, esta quinta-feira à noite, as tensões aumentaram na fronteira entre Israel e o Líbano, devido a confrontos entre Hezbollah e o exército israelita. Quatro pessoas morreram do lado libanês. Estes são os confrontos mais violentos desde 8 de Outubro quando começaram as tensões nesta parte da fronteira israelo-libanesa. 

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