A nova variante do coronavírus, denominada Omicron, tem causado um aumento exponencial do número de casos na Europa. Vários países já decidiram implementar medidas mais rígidas para combater a quinta vaga da doença. Existem ainda especialistas que defendem a administração de uma nova vacina para lutar contra a Omicron.
Em entrevista à RFI, Celso Cunha, professor e investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, começou por explicar-nos porque é que esta nova variante veio deixar novamente a Europa em alerta.
"Esta variante, embora tenha propriedades bastante diferentes daquelas a que estávamos habituados a ver, veio tornar a situação na Europa mais conturbada devido à sua transmissibilidade, que está associada ao número de mutações", começou por explicar, referindo que existem, até ao momento, 32 mutações da nova variante.
Apesar disso, o que tem feito 'soar os alarmes' é "o número de casos e a velocidade a que a variante provoca um aumento do número de casos" e não a "gravidade da doença".
Quanto à implementação de uma nova vacina para lutar contra a Omicron, Celso Cunha defende que esta não é agora uma prioridade.
O professor considera importante, nesta fase, vacinar todas as pessoas com uma terceira dose, o que será "aparentemente suficiente para travar os casos de doença grave e de morte por infecção por esta variante".
Questionado se a vacinação de todas as faixas etárias é a solução da pandemia, Celso Cunha refere que existem muitas dúvidas quanto a este assunto.
"Eu penso que o vírus veio para ficar e nós vamos ter de conviver com ele. Eu acho é que vamos estar cada vez mais preparados para lidar com esta doença", salientou.
O professor defendeu ainda que só conseguiremos controlar na totalidade esta doença quando toda a população estiver vacinada contra a Covid-19.
"A vacinação tem de ser feita toda de modo global porque sem isso vamos continuar a ver o surgimento de novas variantes", rematou.
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