Paralisia cerebral infantil: "uma pequena evolução é um grande ganho"
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Estima–se que em Cabo Verde existem cerca de 2 mil pessoas com paralisia cerebral e menos da metade é conhecida. A presidente da Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar), Teresa Mascarenhas, considera que "muitas coisas já foram feitas, mas ainda temos um longo caminho a percorrer".
A associação Acarinhar é uma ONG de solidariedade social criada em 2007 por um grupo de pessoas preocupadas pela situação em que vivem as crianças e jovens com paralisia cerebral. A presidente da Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral (Acarinhar), Teresa Mascarenhas, considera que "muitas coisas já foram feitas, mas ainda existe um longo caminho a percorrer".
A maioria das crianças com limitações motoras vivem em zonas de difícil acesso. "Os desafios são muitos, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade da própria organização porque trabalhar nesta área exige recursos económicos e humanos. A situação geográfica de Cabo Verde impõe barreiras. O que é feito numa ilha deveria ser feito nas outras ilhas", defende Teresa Mascarenhas.
Em Cabo Verde, as crianças e adultos com paralisia cerebral ainda não têm o acompanhamento que deveriam ter, afirma a responsável da associação Acarinhar. "O hospital Agostinho Neto já conta com uma equipa que dá respostas a um grupo de crianças, um grupo muito reduzido. A nível nacional não existe esta equipa, quanto muito há um ou dois casos, mais agudos, que se deslocam à Cidade da Praia para fazer tratamentos, mas que depois regressam para a ilha de origem", descreve.
As crianças com paralisia cerebral dificilmente têm acesso a profissionais, falta pessoal técnico especializado; "não temos terapeutas ocupacionais, os terapeutas da fala, também existem em número reduzido e nem todas as pessoas têm acesso à fisioterapia", sublinha Teresa Mascarenhas.
"Vamos continuar a acompanhar as famílias, mas é necessário fazer-se um registo das crianças com paralisia cerebral. Temos algumas referências, dadas pelo Instituto Nacional de Estatísticas, mas são dados não publicados. É preciso ter registos do número de crianças, onde se encontram e como estão para podermos intervir", afirma a presidente da Associação das Famílias e Amigos das Crianças com Paralisia Cerebral.
Teresa Mascarenhas lembra, ainda, que há casos de sucesso como uma criança conheceu com 8 anos de idade. "Esta criança não andava nem falava. Houve uma intervenção pluridisciplinar intensiva e esta criança começou a andar, a falar. Neste momento esta crianças é um jovem que está no ensino secundário. Se houver intervenções com continuidade é possível haver muitas evoluções", concluiu.
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