Ucraniano morto no aeroporto de Lisboa: "Responsabilidade não é individual, é institucional"

Em Portugal, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, foi ouvido ontem pela Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República. Em causa está a morte violenta no passado mês de Março de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no aeroporto de Lisboa.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita (2° à esquerda), à chegada no parlamento ontem, 15 de Dezembro de 2020, para a sua audição sobre a morte em Março de um cidadão ucraniano nas instalações do SEF no aeroporto de Lisboa. © LUSA - Mario Cruz

Um primeiro inquérito do SEF considerou que não havia indícios de violência e que a vítima tinha falecido após uma paragem cardíaca. Contudo, outra investigação revelou que este cidadão ucraniano, Ihor Homenyuk, tinha na verdade morrido na sequência de agressões e asfixia alegadamente cometidas por 3 agentes que, na altura dos factos, não foram imediatamente suspensos das suas funções.

Este caso que continua a ser investigado e deveria desembocar num julgamento no próximo mês de Janeiro, está desde já a provocar demissões em catadupa entre os responsáveis do SEF à medida que vão surgindo revelações sobre as circunstâncias da morte de Ihor Homenyuk. Em postura delicada, o ministro de tutela, quanto a si, promete reformas no serviço colocado em acusação.

Pedro Góis, especialista em questões migratórias do Centro de Estudos Sociais da universidade de Coimbra analisou connosco este caso de polícia que se transformou num caso de política.