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Estado Novo em Portugal, como foi visto na Europa e no mundo

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Assinalam-se esta semana 48 anos, desde o fim da ditadura. Em entrevista à RFI, Manuel do Nascimento explica como se instalou, em Portugal, a ditadura mais longa da Europa e de que forma foi vista na Europa e no mundo.

Manuel do Nascimento, autor do livro "Da ditadura ao Estado Novo".
Manuel do Nascimento, autor do livro "Da ditadura ao Estado Novo". © RFI
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O autor do livro “Da ditadura ao Estado Novo (1926-1974)”, Manuel do Nascimento, apresentou-nos a sua obra. 

"O objectivo era poder explicar aos portugueses e não portugueses o que se passou durante esses 47 anos, quase 48 anos. Fiz uma cronologia para que as pessoas possam acompanhar, passo a passo, o que aconteceu", contou-nos.

É um livro com inúmeras ilustrações da propaganda de António Salazar, durante o Estado Novo, perante uma população profundamente iletrada. "Penso que ele sabia como falar aos portugueses. Ele sabia que era um povo muito iletrado, sobretudo na nas províncias. Na minha aldeia praticamente ninguém a saber ler e escrever", descreve Manuel do Nascimento. 

"António Salazar falava sempre na Nação. Dizia que faria tudo pela nação e nada contra a nação, como se vê em vários cartazes de propaganda política. As pessoas eram analfabetas e acreditavam em tudo o que ele dizia. Ele fazia poucas intervenções em público porque, segundo algumas informações, ele era muito tímido. Ele dizia que era pobre e se um primeiro-ministro o diz então os portugueses não tinha nada que me queixar. Toda essa propaganda que entrava na cabeça da das pessoas", prossegue.

Outro cartaz de propaganda presente no livro “Da ditadura ao Estado Novo (1926-1974)” é um mapa onde se lê a frase "este país não é pequeno". Em 1962 dá-se o início oficial das guerras coloniais portuguesas em África; em Cabo Verde, São Tomé, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola. Muitos homens, mulheres e crianças são massacradas nas colónias, e é enviado um grande número de soldados para as colónias. "Esta guerra vai decorrer durante mais de 13 anos", lembra. 

"O que é que se passa hoje com a garra que estamos à porta da Europa?, questiona Manuel do Nascimento. À porta da Europa, vemos hoje um país a invadir a Ucrânia. Salazar tinha a mesma propaganda. Não foi Portugal que invadiu as colónias, mas eram as colónias, segundo Salazar, que estavam contra Portugal. De maneira que o Salazar enviou para lá tropas para defende, como ele chamava terroristas, os turas", lembra.

Manuel do Nascimento na RFI
Manuel do Nascimento, autor do livro "Da ditadura ao Estado Novo".
Manuel do Nascimento, autor do livro "Da ditadura ao Estado Novo". © RFI

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