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Alianças políticas na Guiné-Bissau mostram Assembleia "mais consciente"

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A nova Assembleia Nacional Popular toma hoje posse em Bissau, com a notícia de um acordo parlamentar entre o PAI – Terra Ranka e o PRS, que vem criar uma maioria mais expressiva. Para o sociólogo e analista político guineense, Diamantino Lopes, este entendimento simboliza um momento de maior "consciência" entre os partidos sobre a importância da estabilidade política no país.

A nova Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau toma posse hoje.
A nova Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau toma posse hoje. ISSOUF SANOGO / AFP
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Os deputados eleitos nas eleições de 4 de Junho na Guiné-Bissau tomam hoje posse, após um período de quase dois meses em que entre obras e viagens de altas figuras do Estado este marco foi sendo adiado. Esta tomada de posse acontece no dia seguinte ao anúncio de um acordo de entendimento parlamentar entre o PAI – Terra Ranka e o PRS, que vem criar uma maioria mais sólida, constituída por 66 deputados (54 do PAI e 12 do PRS) num total de 102.

sociólogo e analista político guineense, Diamantino Lopes, diz que este é um entendimento que mostra que os partidos perceberam os resultados eleitorais e estão "mais conscientes" do seu papel na estabilidade do país.

"É necessário criar pontes e alianças para que possamos ter uma estabilidade política e governativa no país. O nosso governo é uma emanação do Parlamento, depende muito da força do Parlamento, então quanto mais coeso, essa força é benéfica para a estabilidade política. É verdade que no passado já houve coligações que não deram certo, mas vejo que pela experiência do passado, vamos ter uma assembleia muito mais consciente, porque passámos duas legislaturas em branco, numa crise cíclica sem precedentes. E todo o mundo perdeu com isso", disse Diamantino Lopes.

Com maior estabilidade política, este analista considera que o Presidente Umaro Sissoco Embaló tem perdido popularidade e apoios políticos, estando agora mais isolado no poder.

"A nível social perdeu a popularidade e a nível político está de um certo modo despido de alguns apoios, mesmo no seio da sua formação política, considerando as críticas que ouvimos após a publicação do resultado eleitoral. Consideraram que o Presidente da República prejudicou de que maneira o Madem-G15 neste processo ao assumir partido desde logo na campanha eleitoral surgindo nos cartazes com Braima Camará", declarou o analista.

Ao contrário do que aconteceu no passado, Umaro Sissoco Embaló não poderá dissolver a Assembleia nos próximos 12 meses (já que há uma interdição constituição durante o primeiro ano de funcionamento de uma nova Assembleia) o que retira algum poder e protagonismo os chefe de Estado.

"Do ponto de vista político, perdeu a aliança do PRS, que era uma aliado forte do Presidente da República, no seio do seu partido está muito nublado e não se sabe qual será a posição do partido com relação ao Presidente da República. Essa aliança veio tornar o PAI-Terra Ranka e o PRS muito mais fortes, quer seja no Parlamento como em outros campos. E, neste momento, o Presidente não pode dissolver o Parlamento nos próximos 12 meses", lembrou o analista.

Entretanto, o próximo presidente da Assembleia Nacional Popular já está quase decidido, com Domingos Simões Pereira a muito provavelmente vir a ocupar este cargo. Para Diamantino Lopes este é o cargo mais seguro para o líder do PAIGC que já tem em vista uma candidatura às presidenciais para suceder a Sissoco Embaló.

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