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Reportagem

São-tomenses vêm a Lisboa pedir uma benção para o seu país e a abertura da Igreja

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Quase 700 são-tomenses decidiram encurtar a distância entre São Tomé e Príncipe e Lisboa para participar na Jornada Mundial da Juventude. Para muitos é a primeira viagem até Portugal com uma grande vontade ver o Papa, mas também de partilhar momentos de comunhão com jovens do Mundo inteiro e pedir um futuro melhor para o seu país. 

O Frei Gilson está à frente da delegação de quase 700 são-tomenses que vieram para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
O Frei Gilson está à frente da delegação de quase 700 são-tomenses que vieram para a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. © Catarina Falcao
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Quase 700 são-tomenses vieram até Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude. Um feito inédito e um recorde de participação que se explica pela proximidade de Portugal e da língua. A organização deste grupo cabe ao Frei Gilson, que mobilizou centenas de fieis para este encontro da Igreja Católica.

"Foi uma novidade porque é a primeira vez que estamos a trazer tantos jovens para um evento da grandeza da Jornada Mundial da Juventude, cerca de 670 jovens. Cada um faz a sua parte e as coisas vão correr bem", declarou o Frei Gilson.

Dani, chefe dos escuteiros da Paróquia da Conceição, está à frente de um grupo de 60 pessoas e garante que apesar das dificuldades, com organização tudo é possível.

"Foi com muita preparação e muita catequese, com organização conseguimos!", declarou Dani.

De forma a vir para Lisboa, muitos são-tomenses pouparam durante anos, de forma a custear a viagem, mas também alojamento e outras despesas da viagem.

"Durante uns bons três ou quatro anos as pessoas já começaram a organizar-se para chegar aqui, e alguns familiares aqui em Portugal enviaram um eurozinho e tudo ajudou", explicou Dani.

No ponto de reunião que juntou toda a delegação antes da partida para a paróquia de Miratejo, em Corroios, onde os jovens são-tomenses vão ficar até domingo, o entusiasmo era palpável e cada um fazia já os votos para esta jornada.

"Nós somos um povo divertido e alegre e partipar nestas actividades é muito gratificante e grande parte de nós somos escuteiros e gostamos de saídas e acampamentos. Aqui vamos encontrar gente diferente e isso é muito gratificante. Queremos ter uma partilha da fé. Eu quero pedir uma benção para o nosso país, temos tido muitos governantes que não têm feito nada para o país, não temos crescido, o nosso país não se desenvolve e quero uma benção para o nosso país para ver se rumamos para a frente e ficamos todos bem", pediu Dani.

Atrair mais jovens para a Igreja e ter uma Igreja mais aberta são também algumas das preocupações dos são-tomenses.

"A Igreja tem de se renovar e adaptar-se aos novos tempos. Isso não significa abandonar a doutrina, mas adaptar-nos ao que é o Mundo hoje. Há questões fundamentais que temos de continuar a abordar. O empoderamento da mulher na Igreja Católica, para mim, seria algo muito importante, temos de ver mais isso. Então a Jornada deve servir para isso. Discutir tudo isto, dar mais acesso e trazer mais jovens, porque se eles virem que a Igreja se adapta, eles vão querer continuar" concluiu Edelena.

Este é um momento de importante também para Edelena porque ela ainda se lembra da vinda do Papa João Paulo II a São Tomé e Príncipe em 1992, mas era "muito pequena" e emociona-a quase 30 anos depois ter a oportunidade de ver o Papa Francisco em Lisboa.

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