Violência policial e o direito de informar do jornalista em França

Abrimos esta revista de imprensa com LE MONDE a titular, Bitcoins, investigação sobre uma patranha planetária. Na política interna francesa, LIBÉRATION, titula, lei da segurança global, Macron, tramado com a lei que quer censurar jornalistas. 

Violência policial e o direito de informar do jornalista em França © João Matos

É um trabalho de um consórcio internacional de jornalistas que investigou sobre vastas trapaças das criptomoedas. Milhares de pessoas caíram em ratoeiras preparadas na Internet com promessas de investimentos muito bem remunerados.

Publicidades enganosas, empresas fantasmas, influenciadores do lobbying, centrais telefónicas, enfim, um sistema de grande eficácia. Este tipo de criminalidade é obra de redes bem rodadas presentes em vários países, nomeadamente, Israel, Ucrânia e Bielorússia. Mesmo se é difícil identificar os que dão as ordens, multiplicam-se os processos nos tribunais, nota, LE MONDE.

Putin especialista de táctica ou de estratégia?

LE FIGARO, pergunta se a Rússia, está a perder controlo sobre o chamado estrangeiro próximo, quer dizer os Estados da ex-União soviética. A tese é de a Rússia nunca abandona os seus aliados. Ora bem, acaba de abandonar a Arménia, com Putin a impor aos arménios a assinatura duma paz na guerra com o Azerbaijão sobre o Nagorno Karabaque.

Observadores da cena política russa, sempre disseram que Putin é um grande tacticista mas um péssimo estratego. Mas conseguiu impor a Rússia como uma peça importante da geopolítica mundial, observa, LE FIGARO.

Mudando de assunto, na política interna francesa, LIBÉRATION, titula, lei da segurança global, Macron, tramado. Após as recentes cenas de violência da polícia e as manifestações contra do último fim-de-semana, o governo prefere deixar o fruto cair de podre, em vez de retirar o artigo 24° da lei que dá uma machada no direito de informar proíbindo o direito do jornalista fotografar ou filmar a violência policial. É Macron que está entalado, mas vai fazer tudo para desgastar o seu primeiro ministro atéeste ficar queimado, enuncia um macronista, ao LIBÉRATION. 

A Macronia em situação de insegurança global, replica, L'HUMANITÉ. Cerca de 500.000 pessoas desceram às ruas das cidades de França no sábado para manifestar contra as liberdades individuais e públicas. Macron, quer espezinhar as nossas liberdades, nota, L'HUMANITÉ.

O executivo procura sair da armadilha do artigo 24° da lei de segurança global, titula, LE FIGARO. O governo espera poder salvar um articulado que divide a maioria, indigna a esquerda e semeia a confusão na opinião mas cuja retirada poderá ser vista como uma derrota simbólica.

No começo o artigo denunciado como um atentado ao direito fundamental de informar monopolizou os espíritos mas agora é toda a lei de segurança global que é posta em causa a ponto de mesmo no seio da maioria se falar numa pura e simples morte do diploma. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, defende hoje a lei perante a comissão das leis, mas é o Presidente, Macron, que tem o pé entalado na ratoeira, nota, LE FIGARO. 

LA CROIX, titula, missas nas igrejas recuperam fiéis. As igrejas reabriram as portas este último fim-de-semana nas paróquias, tentando respeitar o tecto de 30 fiéis, mas não recusa ninguém. Quando se ama a gente não olha para os limites e eu não vou contar os fiéis que vêm assistir à missa, afirma um pároco. O limite autorizado de pessoas fixado pelo governo foi considerado como um atentado grave à liberdade de culto, afirma num acórdão o Tribunal Superior Administrativo, nota, LA CROIX. .

Em relação ao continente africano, LE MONDE, destaca, Tigré, o espectro de massacres étnicos. A Etiópia afirma ter tomado o controlo da capital da região, que no entanto está cortada do mundo o que torna difícil separar o trigo do joio, a verdade e a mentira. O Primeiro ministro etíope, Abiy Ahmed, reivindica o controlo de Tigré, mas o mistério paira no ar sobre a verdadeira situação nesse Estado regional do norte da Etiópia, acrescenta, LE MONDE.