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Vida em França

Filme Fátima: "A mensagem mais pura que podemos ter vem das crianças"

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O filme "Fátima", que trata as aparições dos pastorinhos na Cova da Iria, em Portugal, entre 13 de maio e 13 de outubro de 1917, chegou na semana passada aos cinemas em França, numa estreia adiada devido à covid-19. A RFI falou com a produtora Rose Ganguzza que começou a trabalhar no filme em 2013 e trouxe para o elenco a atriz Sónia Braga e para a banda sonora o cantor lírico Andrea Bocelli.

Os três pastorinhos são interpretados por Jorge Lamelas que tem o papel de Francisco, Alejandra Howard (ao centro) dá vida a Jacinta e Stephanie Gil que encarna Lúcia.
Os três pastorinhos são interpretados por Jorge Lamelas que tem o papel de Francisco, Alejandra Howard (ao centro) dá vida a Jacinta e Stephanie Gil que encarna Lúcia. ©2020 PICTUREHOUSE. ALL RIGHTS RESERVED
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"É uma história que desde criança me intrigava e eu disse que gostava de contar essa história do ponto de vista das crianças. Não queria nenhuma virgem flutuando no ar, queria contar a história dentro do contexto do que estava a acontecer no Mundo em 1917", disse Rose Ganguzza.

A produtora explicou a dificuldade de fazer um filme independente com um orçamento de cerca de 20 milhões de dólares e como chamar figuras de renome para a equipa como a actriz brasileira Sónia Braga ou o actor norte-americano Harvey Keitel ajudou a conseguir mais fundos.

O ponto decisivo desta produção e que a tornou possível, foi o cantor lírico Andrea Bocelli ter aceitado, pela primeira vez, participar na banda sonora de um filme, segundo descreveu a produtora.

As filmagens decorreram durante cinco meses em cerca de 30 sítios diferentes em Portugal de forma a reconstituir Fátima do início de século XX e o filme conta no elenco com muitos actores portugueses, um conjunto de profissionais que impressionaram a experiente produtora norte-americana.

"Em Portugal há uma tradição incrível de teatro e, para mim, isso é um índice de profissionalismo mais alto. O nosso casting em Portugal foi brilhante", disse Rose Ganguzza.

Filmado no verão de 2018 e terminado em 2019, o filme deveria ter estreado mundialmente em 2020, mas a pandemia acabou por mudar os planos da equipa.

"A grande estreia ia ser em abril de 2020 no Lincoln Center, com Andrea Bocelli a cantar, tínhamos uma distribuição enorme nos Estados Unidos, estava tudo planeado. Nova Iorque foi o epicentro do vírus e tivemos de cancelar tudo", contou a produtora.

Assim, o filme estreou em vários cinemas ao ar livre nos Estados Unidos no verão de 2020, tendo depois passado a vídeo on demand, num sistema onde bateu vários blockbusters, e sendo depois difundido na Netflix norte-americana.

O filme chegou na semana passada aos cinemas da América Latina e da Europa, chegando brevemente aos cinemas em África e também à Netflix noutras parte sdo mundo.

Mais do que a história religiosa ligada aos milagres de Fátima, para Rose Ganguzza a mensagem principal do filme é que as crianças devem ser ouvidas.

"A mensagem deve ser que as pessoas devem ouvir mais as crianças. Na minha vida, tenho trabalhado muito com crianças, e, para mim, a mensagem mais pura que podemos ter vem da boca das crianças, não tem filtros. Essas crianças tinham coisas para dizer. Temos de lutar mais para o Mundo ver que é possível se acreditarmos em alguma coisa, não precisa ser a religião formal, mas tudo no Mundo não precisa ser materialista", concluiu Rose Ganguzza.

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