"Limbo", uma performance sobre colonização, assimilação e identidade
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Ouvir - 08:53
Victor de Oliveira, ator e encenador de origem Moçambicana volta aos palcos com a sua peça "Limbo". Um projeto que mistura autobiografia, história e memória coletiva. Em "Limbo", navega-se pela questão da colonização, das origens e do exílio.
Victor de Oliveira nasceu em Moçambique em 1971 durante o período colonial, de pais e avós moçambicanos, portugueses, indianos, chineses. Toda uma complexidade identitária que o encenador confessa ter sido difícil de assumir e de viver durante longos anos, e que é hoje a essência do seu projeto teatral.
Branco em Moçambique e mulato em Portugal, Victor de Oliveira situa-se num limbo onde a construção de uma só identidade é sempre uma viagem.
"Nasci em Moçambique em 1971, ainda durante o período colonial. Os meus pais nasceram também em Moçambique e são mulatos como eu, e os meus avós são portugueses, moçambicanos, indianos, chineses. é toda uma mistura que tem muito a ver com a colonização portuguesa. Toda essa relação entre os mestiços durante, antes e depois da independência, foi algo com o qual eu cresci. Cresci com isso como algo que era extremamente complicado de viver e que era para mim, de uma certa maneira, uma tragédia, um drama", explica o encenador.
As identidades de Victor de Oliveira são múltiplas.
"A partir daí comecei a pensar em algo que é uma questão mais ampla do que apenas a história da minha família e que tem a ver com a história da colonização, com a história da assimilição e do lugar dos mestiços durante o período colonial e a pós-independência em Moçambique".
O ator questiona, da mesma maneira, o lugar dos afrodescendentes no Portugal de hoje, através de uma performance a solo, apoiando-se em datas e histórias tão pessoais como universais.
VIDA EM FRANCA 24.11.22 Victor de Oliveira
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