São Tomé: inauguração da fábrica de óleo de palma “Agripalma”

O chefe do governo são-tomense, Jorge Bom Jesus, inaugurou ontem no sul da ilha de São Tomé a fábrica de óleo de palma "Agripalma", um empreendimento com capitais da sociedade belga Socfinco, parte do grupo Francês Bolloré, com uma pequena participação do Estado São-tomense. Estima-se que esta empresa venha a ter uma capacidade de produção de 10 mil toneladas de óleo por ano, sendo que teria potencial para absorver mais de 850 trabalhadores.

Distrito de Cauê, no sul da ilha de São Tomé. RFI/ Liliana Henriques

O empreendimento assente numa área de de 2.100 hectares de palmeiras no distrito de Cauê, tem certificação europeia, chinesa e suíça de "produção biológica". O essencial da sua produção deveria partir rumo à Europa e à China, sendo que o seu caderno de encomendas já prevê 25 contentores, com 21 toneladas cada, a serem possivelmente exportados até ao final deste mês.

De acordo com o chefe do governo de São Tomé e Príncipe, a Agripalma vai dar a possibilidade do seu país "entrar no mapa das exportações” e sobretudo irá dar um impulso importante para a economia são-tomense.

Este empreendimento contudo, não está isento de polémicas. Desde que a Agripalma firmou há uma dezena de anos um contrato com o Estado para a concessão de área florestal destinada à plantação de palmeiras, o empreendimento tem estado sob apertada vigilância dos ambientalistas. Em 2013, o Ministério Público são-tomense chegou inclusivamente a avançar com uma providência cautelar no sentido de suspender este projecto, no seguimento de reivindicações da sociedade civil que, na altura, se insurgiu contra uma possível desflorestação.

Para Elsa Garrido, presidente do Partido dos Verdes, a entrada em funcionamento desta fábrica não vai no sentido de um desenvolvimento sustentável.

02:19

Elsa Garrido, presidente do Partido dos Verdes