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São Tomé e Príncipe

São-tomenses escolhem novo chefe de Estado

Mais de 123 mil eleitores são-tomenses são chamados às urnas este domingo, 5 de Setembro, para escolher o próximo chefe de Estado do país. Carlos Vila Nova, apoiado pelo ADI, e Guilherme Posser da Costa, candidato do MLSTP-PSD, disputam a segunda volta das eleições presidenciais, após vários incidentes que atrasaram o escrutínio e mergulharam o país numa crise política.

Urna com votos para as eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe. São Tomé, 18 de julho de 2021. Mais de 123 mil eleitores são chamados hoje às urnas em São Tomé e Príncipe para escolher o próximo presidente da República, numas eleições a que concorreram um recorde de 19 candidatos
Urna com votos para as eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe. São Tomé, 18 de julho de 2021. Mais de 123 mil eleitores são chamados hoje às urnas em São Tomé e Príncipe para escolher o próximo presidente da República, numas eleições a que concorreram um recorde de 19 candidatos © LUSA - NUNO VEIGA
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Os são-tomenses escolhem este domingo o próximo Presidente da República. Nesta segunda volta concorrem Carlos Vila Nova, apoiado pela ADI, o candidato mais votado na primeira volta, com 43,3% dos votos, e Guilherme Posser da Costa- candidato do MLSTP-PSD-que obteve 20,7% das intenções de voto.

Nesta segunda volta, Guilherme Posser da Costa conta ainda com o apoio do PCD, MDFM-UDD e de várias figuras políticas do MLSTP-PSD, entre elas o antigo chefe de Estado Manuel Pinto da Costa.

Guilherme Posser da Costa, 69 anos, diz estar confiante no voto dos são-tomenses, mas receia que esta segunda volta possa ficar marcada por uma forte abstenção.

“Não quero esconder que é também um pouco o meu receio porque há uma tendência que parece que estamos a brincar à política e é provável que os eleitores digam: não vou outra vez votar porque, realmente, fui votar e o meu voto foi objecto de todos os problemas que aconteceram. Não há dúvida que todos os conflitos que existiram poderão, eventualmente, levar as pessoas a terem pouca vontade de ir votar”, refere.

Carlos Vila Nova, 65 anos, mostrou-se confiante na vitória, todavia alerta para possível fraude eleitoral.

“Lamentavelmente, os meus opositores já nos fizeram pensar que sim porque pela vontade popular não parece que consigam chegar ao resultado que pretendem. É uma tentativa frustrada, porque vencer as eleições no gabinete, ou por outras vias, não é de todo correcto em democracia. É a voz do povo que fala mais alto, é a vontade do povo expressa nas urnas que conta”, denunciou.

A segunda volta das eleições presidenciais acontece depois de vários incidentes que mergulharam o país numa crise política.

Delfim Neves, o terceiro candidato mais votado na primeira volta, interpôs um recurso no Tribunal Constitucional para a recontagem dos votos. O processo paralisou o tribunal, com os juízes divididos sobre a necessidade de recontagem dos votos, que acabou por ser recusada.

Os atrasos na realização do escrutínio trouxeram a público  a discussão sobre a substituição interina do chefe de Estado cessante, Evaristo Carvalho, que afirmou que a discussão “não tem fundamento jurídico ou mesmo político”, garantindo que vai manter-se em funções até à tomada de posse do seu sucessor.

Esta sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas pediu aos responsáveis políticos para “recorrerem ao diálogo” na resolução dos conflitos e para “evitarem todos os actos de violência”

António Guterres saudou os esforços envidados pela Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) para apoiar uma abordagem pacífica da estabilidade a longo prazo do país, em particular através do destacamento de um enviado especial.

O antigo ministro angolano das Relações Exteriores foi nomeado enviado especial da CEAC para a segunda volta das presidenciais. De acordo com o comunicado da CEAC, Manuel Augusto vai exercer uma missão “de bons ofícios junto dos actores políticos são-tomenses”, de forma a garantir a “estabilidade” no país. 

A segunda volta das eleições presidenciais conta com cinco missões de observação: União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Central, Estados Unidos da América, Índia e Japão.

Segundo a Comissão Eleitoral Nacional, a missão de observação eleitoral da União Africana será chefiada “interinamente” por Abdoul Karim Songo, do Burkina Faso. A decisão acontece depois de o antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, ter acusado o governo de Bissau de o ter impedido de chefiar a missão de observadores.

Mais de 123 mil eleitores estão inscritos nos cadernos eleitorais, sendo 108.609 residentes em São Tomé e Príncipe e 14.693 nos 10 países onde se realizou o recenseamento eleitoral este ano.

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