Portugal: São-tomenses criticam a "normalização" do ataque ao quartel
Um grupo de 25 de são-tomenses manifestaram-se ontem, em Lisboa, contra o ataque ao quartel das Forças Armadas, pedindo justiça e rapidez na investigação.
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Este sábado, pouco mais de duas dezenas de são-tomenses residentes em Portugal, manifestaram-se em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Empunhavam uma faixa com a frase “Massacre de 25 de Novembro 2022” e imagens dos alegados suspeitos mortos e torturados durante o ataque.
Os manifestantes criticam a "normalização" do caso e apelam à acção das autoridades portuguesas. A marcha foi convocada para mostrar a "indignação" da comunidade contra o processo de investigação do episódio de 25 de Novembro de 2022, no qual cinco pessoas foram torturadas e quatro delas mortas.
Da marcha participou a ensaísta, professora universitária e investigadora são-tomense Inocência Mata. Em declarações aos jornalistas, justificou a presença com o “sentido cívico” sobre um episódio que, diz, irá “marcar para sempre, de forma trágica, triste, terrível a história de São Tomé e Príncipe”.
Quatro pessoas foram torturadas de forma bárbara e executadas, mas pior, todos sabem quem foram os autores desse acto, há um vídeo em que isso é evidente, em que há militares e enfermeiras, que estavam lá e assistiram (...) e ninguém está detido para averiguações. O que significa que são protegidas pelo poder.
Inocência Mata acrescenta que que o que se passou “foi uma selvajaria".
A 25 de Novembro de 2022, de acordo com as autoridades, quatro civis tentaram atacar o quartel militar de São Tomé.
Cinco pessoas foram torturadas e, destas, quatro foram mortas, com vídeos dos actos a circularem na internet. Apenas um dos alegados autores sobreviveu, Lucas Lima, que desde essa altura se encontra em prisão preventiva.
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