20 Anos de paz em Moçambique
Moçambique recordou esta quinta-feira o vigésimo aniversário do acordo geral de paz assinado pelo governo da FRELIMO, a Frente de Libertação de Moçambique, e a RENAMO, a Resistência Nacional Moçambicana, actualmente o principal partido da oposição.
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A 4 de Outubro de 1992, em Roma, Joaquim Chissano, então Chefe de Estado de Moçambique assinou o acordo de paz com Afonso Dhlakama, líder da Renamo, movimento considerado naquela época como um grupo rebelde. O processo que conduziu à paz havia sido iniciado por Samora Machel, primeiro presidente Moçambicano, e tinha sido mediado pelo governo Italiano, congregações religiosas Moçambicanas e a Comunidade de Sant'Egídio.
Ao fim de longos esforços, punha-se deste modo fim a 16 anos de conflito, uma guerra civil que tinha começado apenas oito meses depois da proclamação da independência do país, e que causara mais de meio milhão de mortos bem como um número incalculável de mutilados de guerra.
Esta quinta-feira, o momento foi por conseguinte de recolhimento e emoção, todavia em instantes e lugares separados, os dois antigos inimigos tendo mantido os seus respectivos encontros. Armando Guebuza, Presidente do país e líder da Frelimo, chefiou o acto central na Praça da Paz, na cidade de Maputo, uma cerimónia na qual esteve igualmente presente o antigo Chefe de Estado Moçambicano Joaquim Chissano.
Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo
Por seu lado, Afonso Dhlakama, líder da Renamo, reuniu os seus militantes na cidade de Quelimane, na província da Zambézia, no centro de Moçambique. No encerramento ontem à noite da reunião do conselho nacional do seu partido, Afonso Dhlakama declarou que a partir da meia-noite desta quinta-feira se inicia um novo capítulo da História do país e voltou a ameaçar a Frelimo com manifestações.
Afonso Dhlakama, líder da Renamo
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