Tensão atinge novo patamar em Moçambique
Depois do fracasso na segunda-feira da terceira ronda negocial entre a Renamo e o governo da Frelimo, o principal partido de oposição reuniu os seus quadros esta terça-feira na Gorongosa, no centro do país, onde está acantonado há mais de um mês o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no intuito de definir os contornos de uma estratégia que tende a radicalizar-se.
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A Renamo que acusa a Frelimo no poder de não ter cumprido todos os preceitos definidos nos Acordos de Paz de 1992, tem mantido um diálogo até agora infrutífero com o governo. Desde o começo do mês de Dezembro, o principal partido de oposição esteve reunido três vezes com uma delegação governamental chefiada pelo Ministro da agricultura, José Pacheco, no intuito nomeadamente de reclamar a formação de um governo de Unidade Nacional, a inserção dos antigos combatentes da Renamo nas Forças Armadas, a despartidarização da função pública bem como do dispositivo eleitoral, este último aspecto tendo aliás levado a Renamo a ameaçar boicotar as eleições.
Na passada segunda-feira, o parlamento Moçambicano aprovou em definitivo a lei que vai regular as eleições autárquicas de 2013 bem como as presidenciais e legislativas de 2014, uma lei que que não recolheu votos favoráveis por parte da Renamo. Este partido de oposição considera que a lei eleitoral devia ter sido discutida directamente entre as suas estruturas e o governo, por não reconhecer legitimidade ao parlamento.
Ao explicar o radicalizar do posicionamento do seu partido, Rahil Khan, assessor político de Afonso Dhlakama, refere que não só a Renamo não tenciona participar nas eleições como tudo fará para que elas não aconteçam.
Rahil Khan, assessor político do Presidente da Renamo
Com a ameaça de pegar novamente nas armas, Rahil Khan reitera as reivindicações da Renamo, apela novamente o governo para o diálogo e faz igualmente um apelo para que a comunidade internacional tenha um papel mais activo.
Rahil Khan, assessor político do Presidente da Renamo
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