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Argentina/Crise

Moody's e FMI dão puxão de orelha na Argentina

A agência de classificação de risco Moody's e o Fundo Monetário Internacional enviaram dois sinais de alerta à Argentina. A Moody's anunciou que pode rebaixar a nota do país e FMI pode decidir dentro de três meses possíveis sansões contra a Argentina. A situação econômica argentina tem impacto direto no Brasil.

A Casa Rosada, sede da presidência da República Argentina, em Buenos Aires
A Casa Rosada, sede da presidência da República Argentina, em Buenos Aires Wikipédia
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Com a colaboração de Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Dois sinais de alerta para a Argentina. A agência classificadora de risco Moody's advertiu que a perspectiva do país passou de "estável" a "negativa". A agência questiona a política econômica argentina da nacionalização da petrolífera YPF sem indenização à espanhola Repsol às barreiras que impedem a entrada de produtos importados no país. Moody’s também aponta a falta de confiança nas estatísticas oficiais, especialmente com a manipulação da taxa de inflação, e a demora em resolver a dívida em moratória com o Clube de Paris há mais de 10 anos.

"A subavaliação da inflação é particularmente nefasta já que mais de 20% da dívida do governo argentino está indexada ao índice de inflação", destaca a Moody's, que também levanta dúvidas sobre a "disposição do país em pagar" a dívida de 9 bilhões de dólares com o Clube de Paris.

A Moody's advertiu que pode rebaixar a nota da Argentina à categoria de "Muito especulativa" caso haja uma piora nos números macroeconômicos como uma queda dos preços agrícolas internacionais ou das reservas do Banco Central argentino. Sem acesso ao crédito internacional de 2001, a Argentina depende de si própria para gerar divisas.

Ultimato do FMI

Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional emitiu um comunicado dizendo que está "preocupado" com a Argentina devido à "falta de melhoras" nos índices oficiais. O FMI deu um prazo de três meses para o governo apresentar avanços. Se até o dia 17 de dezembro não houver melhoras, o Fundo pode anunciar sansões contra a Argentina.

Esses questionamentos, no entanto, não tiveram impacto no mercado porque não são novidades para os investidores.

Consequência direta no Brasil

As barreiras aos importados e a queda do crescimento econômico na Argentina têm afetado especialmente o Brasil. O superávit comercial brasileiro com a Argentina deve cair de 5,8 bilhões de dólares em 2011 para cerca de 2,5 bilhões de dólares neste ano, representando uma queda superior a 50%. A Argentina é o principal mercado para os produtos manufaturados brasileiros, maiores geradores de emprego no Brasil.
 

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