FMI considera acordo orçamentário norte-americano insuficiente

O Fundo Monetário Internacional celebrou a aprovação da lei que evita temporariamente o abismo fiscal nos Estados Unidos, mas considera que o texto é insuficiente. O FMI pede que os responsáveis políticos norte-americanos se mobilizem para um “plano completo” visando equilibrar as contas públicas. Analistas também acreditam que acordo pode tornar mais lento o crescimento do país.

Analistas temem as consequências do acordo fiscal na retomada econômica norte-americana. Reuters

Um dia após a aprovação pela Câmara de deputados da lei evitando temporariamente o chamado abismo fiscal nos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional se exprimiu sobre o texto. “Nós estamos contentes que medidas tenham sido tomadas pelo Congresso norte-americano para impedir a alta de impostos e as reduções bruscas das despesas públicas. A falta de ação teria representado o fracasso da retomada econômica”, declarou em um comunicado o porta-voz do FMI, Gerry Rice.

Mas para o representante do fundo as medidas não são suficientes. “É preciso adotar o mais rápido possível um plano completo permitindo garantir a alta dos recursos do Estado e um controle das despesas de proteção social a médio prazo”, ressalta o texto. Para Rice, é “essencial” que os Estados Unidos aumentem rapidamente o limite legal de sua dívida pública.

Já do lado dos analistas o acordo validado em Washington deve reduzir o consumo e pode tornar ainda mais lenta a retomada econômica do país. O escritório IHS Global Insight prevê um crescimento de cerca de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, uma estimativa inferior aos 2% esperados para 2012. Mas para o economista Gregory Daco, que representa o IHS, esse cenário ainda é melhor que a ausência total de um acordo, sem o qual “entraríamos novamente em recessão”.