Senado americano aprova acordo para evitar "abismo fiscal"

O Senado americano aprovou na madrugada desta terça-feira um acordo entre democratas e republicanos para evitar o "abismo fiscal", por uma maioria de 89 votos a favor e oito contra. A decisão foi tomada apenas algumas horas antes do prazo final para a entrada em vigor de um drástico corte orçamentário.

O vice-presidente americano, Joe Biden, teve papel importante nas negociações para no acordo para evitar o "abismo fiscal" REUTERS/Chris Kleponis

Carolina Cimenti, correspondente da RFI em Nova York

A proposta ainda precisa ser ratificada pela Câmara dos Representantes, antes de ser sancionada pelo presidente americano, Barack Obama, e conseguir evitar o aumento de impostos e grandes cortes no orçamento federal. No entanto, o pacto é considerado uma grande vitória de Obama sobre os republicanos.

O documento prevê que os impostos permanecerão intocados para a classe média e aumentarão para as pessoas que têm renda de 400 mil dólares ou mais. Estes níveis são mais elevados do que o anunciado pelo presidente americano durante a campanha eleitoral, mas consideravelmente mais baixos do que os propostos pelos republicanos, que não queria aumentar impostos sobre os que ganham menos de um milhão de dólares por ano.

O acordo, que prevê também uma extensão do seguro desemprego, foi "costurado" pelo líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnel, e o vice-presidente americano, Joe Biden.

Mesmo com o novo texto acertado pelo governo, em dois meses deve haver mais uma etapa de negociações sobre o plano fiscal americano  já que, mesmo aprovada, a proposta não resolve completamente a questão do "abismo fiscal", representando apenas uma solução temporária.

O acordo não traz toda a economia necessária para o país, o que deve fazer com que, em fevereiro, os Estados Unidos voltem a se aproximar do seu limite de endividamento; a situação deve forçar o debate para a busca de um novo acordo.