Obama e Merkel ameaçam ampliar sanções à Rússia. Violência explode na Ucrânia.
A crise ucraniana atravessou o oceano, tendo sido um dos principais temas do encontro nesta sexta-feira (2), em Washington, entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã Angela Merkel. Em coletiva de imprensa na Casa Branca, as declarações dos dois dirigentes foram marcadas pelas ameaças. No leste da Ucrânia, confrontos continuam entre separatistas pró-russos e forças ucranianas, com dezenas de mortos e feridos.
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O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu para a Rússia fazer o possível para os separatistas pró-russos deixarem o leste da Ucrânia, além de ajudar nas negociações para a libertação dos 11 observadores internacionais, "um escândalo", segundo ele. Obama ameaçou Moscou de "sanções mais severas" caso as eleições de 25 de maio na Ucrânia venham a ser prejudicadas pelos separatistas.
O tom da declaração da chanceler alemã, Angela Merkel, também foi de ameaça: "A Europa está pronta para a "fase 3" das sanções contra Moscou. Estamos prontos, já preparamos esta etapa", afirmou Merkel.
Diversas empresas europeias são contra o aumento de sanções, que poderiam até atingir pessoalmente o presidente russo Vladimir Putin.
Apesar do tom forte, Merkel e Obama reafirmaram seu desejo comum de uma solução diplomática para a crise.
Sexta-feira violenta
Durante o dia, confrontos entre pró-russos armados e pró-Kiev deixaram quatro mortos e 15 feridos em Odessa, cidade portuária no Mar Negro, no sul. Um prédio foi incendiado no começo da noite, matando 31 pessoas, que foram intoxicadas ou saltaram pela janela. A Rússia reagiu, dizendo ter ficado "indignada" com as mortes em Odessa, "que refletem a irresponsabilidade do regime de Kiev".
A manhã começou com a ofensiva do exército da Ucrânia para atacar e recuperar das mãos dos separatistas a cidade de Slaviansk, no sudeste, causando a morte de dois pilotos e dois soldados ucranianos. Os combates continuam e os pró-russos não cederam até agora.
Observadores
O líder separatista pró-russo, Denis Pouchiline, afirmou que o ataque ucraniano a Slaviansk vai retardar a libertação dos 11 observadores internacionais da OSCE -Organização para a Segurança e Cooperação da Europa - detidos pelos separatistas desde 25 de abril passado.
As discussões para a libertação dos homens (sete estrangeiros e quatro ucranianos) "estão numa fase muito delicada", reconheceu o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. Pressionada pelos ocidentais, a Rússia enviou um mediador, Vladimir Loukine, para participar das negociações.
A Rússia ficou igualmente indignada com a iniciativa de Kiev lançar a ofensiva militar a fim de recuperar a cidade separatista e convocou uma reunião de urgência no Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira. A reunião terminou sem nenhum resultado ou avanço e os dois lados se acusaram mutuamente de "hiprocrisia".
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