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Ucrânia/ UE

Sob ameaças russas, Ucrânia assina acordo de associação à UE

A Ucrânia, a Geórgia e a Moldávia assinaram na manhã desta sexta-feira (27) o acordo de associação à União Europeia, no segundo dia de cúpula do bloco, em Bruxelas. Minutos depois, Moscou afirmou que o ato terá “graves consequências”. O acordo foi o estopim da crise na Ucrânia no ano passado – o presidente deposto Viktor Yanukovich se recusara a assinar o texto, provocando a revolta dos ucranianos.

Petro Porochenko (centro) aperta as mãos de líderes europeus, José Manuel Barroso (esq.) e Herman Van Rompuy.
Petro Porochenko (centro) aperta as mãos de líderes europeus, José Manuel Barroso (esq.) e Herman Van Rompuy. REUTERS/Stringer
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As três ex-repúblicas soviéticas querem se aproximar da Europa ocidental, apesar das pressões da Rússia contra as mudanças. O presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, eleito no início de junho, chamou o acordo desta manhã de “histórico”. De acordo com ele, hoje “talvez seja o dia mais importante da história do país desde a declaração da independência, em 1991”. Porochenko felicitou o que chama de uma "nova perspectiva para o país", que oferece uma oportunidade para a modernização da Ucrânia.

O texto foi assinado pelos 28 chefes de Estado e de governo dos países-membros da União Europeia, além do presidente ucraniano e dos primeiros-ministros georgiano, Irakli Garibachvili, e moldávio, Iurie Leanca.

“É um grande dia para a Europa. Nós estamos ao lado de vocês, hoje mais do que nunca”, ressaltou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. “Nada, neste acordo, é suscetível de afetar a Rússia”, destacou, antes de o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmar que o texto “não é contra ninguém”.

Essa é a segunda etapa do acordo de associação à União Europeia e trata de questões comerciais, como a queda de barreiras tarifárias entre os signatários. A parte política do acerto foi fechada em março.

Rússia contrariada

Imediatamente após o anúncio, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Grigori Karassine, declarou que o ato “terá graves consequências”. Moscou já tinha advertido que a associação prejudicaria as negociações para o fim do conflito na Ucrânia, onde vivem milhares de russos.

“A conclusão de um acordo tão sério diz respeito à soberania de cada Estado”, afirmou. “As consequências do acordo assinado pela Ucrânia e a Moldávia serão, sem dúvida, graves”, observou.

A Rússia, havia advertido que tomaria “medidas de proteção”, se avaliasse que a associação dos três países à UE prejudicará a sua economia. Já os europeus argumentam que Moscou só tem a ganhar com a modernização econômica dos vizinhos.

O acordo, inédito na história da União Europeia, prevê uma ampla cooperação em troca de compromissos por um Estado de direito e luta contra a corrupção pelos três países.
 

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