Corpos podem ser praticamente reconhecidos por fotos submarinas, diz jornal
Uma fonte do governo francês disse ao jornal Le Figaro que, quase dois anos após a tragédia, fotografias tiradas pelo robô submarino revelaram que certos corpos mantém aparência de “bom estado” e era praticamente possível reconhecer visualmente as vítimas.
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Um legista explica que o estado em que os corpos foram encontrados, como se fossem estátuas de cera, se deve à baixa temperatura da água, em torno de 2 graus, a forte pressão a 4 mil metros de profundidade e praticamente nenhuma luminosidade.
O robô submarino ROV envolve os corpos com uma malha de proteção fina. Mesmo fazendo o transporte com todo cuidado, a subida de 4 mil metros é longa e marcada por mudanças de temperatura da água que provocam uma rápida deterioração dos restos das vítimas.
O problema é que ao serem içados à superfície, onde a temperatura é de 26 graus, o choque térmico, a luz e o contato com o oxigênio provocam uma decomposição violenta dos restos mortais.
O resgate dos corpos é uma imposição do inquérito judicial que apura as causas do acidente na França, mas o transporte da primeira vítima à superfície, anunciado ontem, revelou toda a complexidade da operação.
Segundo o jornal Le Figaro, 60 corpos ainda continuam presos à fuselagem do voo 447 da Air France no fundo do mar.
Os peritos a bordo do navio Île de Sein avaliam a melhor maneira de realizar novos resgates. As operações estão suspensas, segundo o ministério francês do Interior, até ficar comprovado que as vítimas poderão ser identificadas por testes de DNA.
A queda do Airbus da Air France causou a morte de 216 passageiros e 12 tripulantes de 32 nacionalidades, entre eles 58 brasileiros.
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