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França/Eleição

Esquerda vence primeiro turno de legislativas na França

Vitória da esquerda nesse primeiro turno das eleições legislativas, um pleito que foi considerado como um terceiro turno da eleição presidencial que elegeu o socialista François Hollande há cinco semanas. O Partido Socialista e seus aliados, incluindo a frente de esquerda, reuniram 46,3% dos votos do primeiro turno das legislativas, contra 33,9% da direita do partido UMP do ex-presidente Nicolas Sarkozy e seus aliados. O partido de extrema-direita Front National conseguiu 14% dos votos, segundo resultados parciais.  

Mesários iniciam contagem de votos de eleição legislativa francesa em zona eleitoral de Vertou.
Mesários iniciam contagem de votos de eleição legislativa francesa em zona eleitoral de Vertou. REUTERS/Stephane Mahe
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O primeiro turno da eleição legislativa francesa mostra um placar que se inclina claramente à esquerda. Isoladamente, o Partido Socialista aparece com 34,9%, os Verdes com 5,3%, a Frente de Esquerda com 6,9% e outros representantes da extrema-esquerda com 1,9%. Na oposição, o UMP aparece com 35,4%, o Front National com 13,4% e outros partidos somam 1,6%. O Modem, do centro, alcançou 1,5%. Os dados são de pesquisa de boca-de-urna encomendada ao instituto Ipsos pelo jornal Le Monde em parceria com com a Rádio France.

O resultado é favorável ao presidente Hollande, mas também significa que ele terá que esperar pelo resultado do segundo turno para saber se o partido socialista e o partido verde conseguirão maioria absoluta ou se serão obrigados a negociar com a extrema-esquerda. Representantes da esquerda francesa comemoraram o resultado das primeiras estimativas, mas pediram "mobilização" dos eleitores no segundo turno. Martine Aubry, primeira-secretária do Partido Socilalista, disse que os franceses manifestaram o seu "desejo de mudança" e a vontade de "ampliar" a vitória de François Hollande. Outros nomes do partido e, como os ministros Laurent Fabius e Vincent Peillon, disseram que a vitória desse domingo é "encorajadora", mas insistiram que ainda não há nada garantido.

O ex-primeiro ministro de Sarkozy, François Fillon, alfinetou os adversários. Para ele, esse suspense em torno da obtenção de uma maioria absoluta entre socialistas e verdes mostra que os eleitores não fizeram uma "onda rosa [socialista]", como desejava Hollande. Jean-François Copé, secretário-geral do UMP, também insiste que "o jogo ainda não terminou". O partido continua a sonhar com uma pouco provável coabitação esquerda-direita no governo. Pelo sistema francês, quando um presidente não obtém a maioria absoluta no Parlamento, é o primeiro-ministro indicado pela oposição que passa a ter uma grande parte dos poderes. Apesar do objetivo ambicioso, Coppé afirmou que descarta qualquer aliança com o Front National no segundo turno. A secretária do PS também elegeu o partido de Marine Le Pen como inimigo e disse que os candidatos do partido socialista farão "tudo" para vencer nas urnas a extrema-direita.

Abstenção

Na eleição deste domingo, porém, o dado que mais chama a atenção é o índice de abstenção. A média das pesquisas de boca-de-urna mostra que a taxa de participação chegou, no máximo, a 60%, o que é inferior à eleição de 2007. Para analistas, os eleitores franceses perderem o interesse em ir votar depois de já terem escolhido um novo presidente no mês passado. O segundo turno acontece no próximo domingo e apenas os candidatos que obtiveram pelo menos 12,5% dos votos poderão concorrer.

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