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França/Femen

Ativistas do Femen abrem centro de treinamento em Paris

Cerca de quinze militantes francesas e ucranianas do movimento feminista Femen, que utiliza a nudez em seus protestos, inauguraram nesta terça-feira em Paris um centro de treinamento "do novo feminismo" em um teatro cedido para as ativistas.

As militantes do movimento feminista Femen
As militantes do movimento feminista Femen REUTERS/Jacky Naegelen
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As integrantes do movimento Femen, lideradas pela ucraniana Inna Shevchenko, agora poderão se reunir livremente em um teatro na Goutte-d’Or, no norte de Paris. O Femen ficou conhecido em 2010 pelas suas manifestações na Rússia, na Ucrânia e em Londres, onde as participantes protestaram exibindo os seios nus. "Nosso objetivo é declarar guerra contra o machismo e a ditadura", explicou Shevchenko, que se inspira na obra "A Mulher e o Socialismo", de August Bebel, publicada em 1883.

A inauguração do centro de treinamento, que aconteceu nesta tarde, atraiu dezenas de jornalistas. Aos gritos de ‘’Femen : Femen ! ou "Nudez ! Nudez !", as ativistas, de calça jeans, usavam coroas de flores e traziam slogans pintados no corpo. "Este será o primeiro centro internacional de treinamento para feministas, que se transformarão em soldados", declarou Shevchenko. O movimento Femen, diz ela, representa o novo feminismo, “o terrorismo pacífico", e a principal parte do treinamento consistirá em aprender a "escapar dos policiais." Segundo a ativista, na França, as mulheres não tem vergonha de dizer que são feministas, mas na Ucrânia, o assunto ainda é tabu.

Ativista fugiu da Ucrânia

A ativista ucraniana fugiu para França em agosto, para evitar a prisão em Kiev. Poucos dias antes, na capital, Shevchenko quase foi para a cadeia ao destruir uma cruz ortodoxa com uma serra elétrica no centro da capital. A manifestação aconteceu em solidariedade às integrantes do grupo punk Pussy Riot, condenadas por protestar contra a política de Putin na catedral de Moscou. A militante conta que teve a casa invadida por policiais, e só teve tempo de fugir pela janela, levando seu passaporte. Ela entrou na França com visto de turista.

Inna Shevchenko guarda um outro trauma da polícia. Em dezembro de 2011, durante uma manifestação em Belarus, ela e outras ativistas foram detidas para interrogatório e levadas para a delegacia, onde foram torturadas. Obrigadas a cortar o cabelo, elas foram ameaçadas de morte e levadas para uma floresta. A história acabou indo parar na imprensa e as integrantes do Femen foram repatriadas na Ucrânia. Agora na França, Shevchenko está confiante que terá mais liberdade para organizar seus protestos, com seriedade.  "Para o lançamento do campo de treinamento, as meninas queria uma festa. Eu disse não, vamos fazer uma coletiva. O que fazemos é sério, não é para divertir as pessoas."
 

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