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França/Greve

Hollande enfrenta primeira greve de funcionários públicos

Pela primeira vez desde a sua eleição em maio de 2012, François Hollande enfrentou nesta quinta-feira um movimento de greve dos funcionários públicos, uma parte importante de seu eleitorado. Os sindicatos exigem uma revalorização dos salários. Os representantes dos trabalhadores afirmam que mais de 150 pessoas saíram às ruas. 

Manifestação de funcionários públicos em Marselha.
Manifestação de funcionários públicos em Marselha. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Os 5,2 milhões de funcionários públicos franceses foram convocados a parar de trabalhar e a manifestar por três grandes sindicatos.

Segundo os sindicatos, mais de 150 mil pessoas foram às ruas em Paris e muitas outras cidades para exprimir seu descontentamento e fazer suas exigências. Mas a mobilização variou muito de região para região.

Em Marselha, segunda maior cidade do país, nove mil pessoas participaram de uma passeata no centro da cidade, segundo os sindicatos. Os manifestantes eram de 1.700 a 3.000 em Lyon e de 1.400 a 3.000 em Toulouse, de acordo com diferentes fontes.

No setor da educação, 11,24% dos professores fez greve, conforme o ministério. Já o Sindicato nacional dos professores de segundo grau informou que 25% dos professores desse nível de escolaridade parou de trabalhar.

As organizações sindicais pedem uma revalorização do indicador que serve de referência para o cálculo dos salários na função pública e que está congelado desde 2010. Elas também pedem uma moratória dos cortes de vagas e a eliminação do dia de carência nas licenças por motivo de doença.

O gasto do Estado com salários é estimado em € 80,6 bilhões para o ano de 2013. O governo, que tem um objetivo de redução do déficit público para 3% do produto interno bruto erm 2013, diz que não tem margem de manobra.

"Os funcionário públicos sabem que estamos no mesmo barco. Se a ação pública for prejudicada por déficits muito grandes, se perdermos uma parte da nossa soberania, eles também serão afetados", afirmou a ministra da Função Pública, Marylise Lebranchu, em uma entrevista publicada nesta quinta-feira em um jornal local. Ela aponta que uma revalorização de 1% do indicador corresponderia a € 700 milhões a mais para o Estado.

"Nós achamos que as escolhas orçamentárias devem ser feitas também para a função pública e para seus agentes", disse por sua vez Bernadette Froison, secretária-geral da Federação Sindical Unitária. Ela afirma que os funcionários públicos perderam 13% do seu poder aquisitivo desde o ano 2000.

"Vinte por cento dos agentes da função pública recebem o salário mínimo (cerca de R$ 3.800 bruto), então isso é realmente um problema. Em média, os salários da função pública ficam entre € 2.200 e € 2.700 (entre R$ 6.000 e R$ 7.300) para pessoas que às vezes têm qualificações muito elevadas", explicou ela, enfatizando que 20% dos agentes têm contratos de trabalho precários.

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