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Europa/Crise

Europeus afirmam que Grécia só receberá ajuda se cumprir acordos

Os europeus vão continuar a ajudar financeiramente a Grécia somente se Atenas respeitar o acordo negociado com os países da zona do euro há uma semana, em Bruxelas. Em entrevista coletiva à imprensa na noite desta quarta-feira, em Cannes, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que nem a Europa nem o Fundo Monetário Internacional (FMI) vão repassar “nem um centavo a mais” ao governo grego se o país não respeitar os compromissos firmados.

Nicolas Sarkozy e Angela Merkel chegam à coletiva de imprensa depois da reunião com Georges Papandreou, dia 2/11, em Cannes.
Nicolas Sarkozy e Angela Merkel chegam à coletiva de imprensa depois da reunião com Georges Papandreou, dia 2/11, em Cannes.
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As declarações de Nicolas Sarkozy foram feitas ao lado da chanceler alemã Angela Merkel, após reunião de urgência com o primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, na noite desta quarta-feira, véspera da abertura da cúpula dos chefes de governo e de estado do G20.

O premiê grego foi convocado para dar explicações sobre o anúncio, feito na última segunda-feira, de submeter a referendo o plano de ajuda negociado com os 17 países da zona do euro para salvar a Grécia do buraco.

Segundo Nicolas Sarkozy, a sexta parcela do empréstimo negociado pelos europeus e FMI para a Grécia não será repassada ao governo grego enquanto o país não deixar clara sua posição sobre o plano de socorro. O presidente francês também disse que Atenas deve decidir se quer ou não continuar na zona do euro.

"O principio do referendo é legitimo, mas não podemos continuar com incertezas. Se tiver que ser feito, que seja o mais cedo possível", afirmou o presidente francês

Pouco após o encontro, o primeiro-ministro grego, Georges Papandreou, anunciou que a consulta popular pode ser realizada no dia 4 de dezembro. "Queremos que a Grécia continue na Europa, mas nossa prioridade é a estabilidade da zona do euro", afirmou a chanceler Angela Merkel, reforçando as afirmações do colega francês.

As declarações de Merkel e Sarlozy abriram caminho para a discussão sobre a permanência da Grécia na zona do euro, um assunto até hoje considerado tabu na Europa.

Os países membros da zona do euro e do G20 vão voltar a se reunir nesta quinta-feira de manha para uma mini cúpula de emergência consagrada à Grécia. O objetivo é afinar a posição comum a ser adotada diante do terremoto causado pelo anúncio do primeiro-ministro grego, Georges Papandreo.

O encontro foi convocado pela França, que preside o G20, e também terá a participação da Alemanha, Itália, Espanha, além de representantes da Comissão Europeia, União Europeia, Banco Central europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Emergentes

Os países emergentes também tentam delinear uma posição comum antes da cúpula do G20. A presidente Dilma Rousseff se reúne amanhã de manhã com os BRICS, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A pauta do encontro não foi divulgada, mas os emergentes devem discutir a participação no Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, criado para ajudar os países mais endividados do bloco.

Não há consenso sobre esse assunto. O Brasil diz que pode ajudar, mas por intermédio do Fundo Monetário Internacional (FMI). Já a China sinalizou que pretende participar no Fundo, via a compra de títulos da divida soberana de países como a Grécia.

Nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o presidente chinês, Hu Jintao, mas o governo brasileiro não divulgou o conteúdo do encontro. Uma entrevista coletiva com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, chegou a ser convocada para o final da tarde, mas desmarcada na última hora.

 

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