Conselho de Segurança vota envio de observadores à Síria

Um dia após a entrada em vigor do cessar-fogo na Síria, o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve votar nesta sexta-feira, em Nova York, o envio de um grupo de observadores ao país. Apesar da trégua, cinco pessoas foram mortas por forças de segurança. Milhares de sírios foram às ruas em todo o país para protestar contra o governo de Bachar al-Assad.

Protesto contra o presidente Bachar al-Assad, perto de Homs. REUTERS

Kofi Annan disse que a trégua “parece estar sendo respeitada” no território sírio, mesmo se civis ainda foram mortos desde a interrupção oficial dos combates. O texto da resolução, elaborado pela França, Estados Unidos e Grã-Bretanha, começou a ser debatido na quinta-feira. 

De acordo Alain Juppé, chefe da diplomacia francesa, a resolução prevê o envio de um primeiro grupo, formado 20 ou 30 pessoas, já na semana que vem. Eles devem preparar a chegada, logo em seguida, de 250 observadores, em uma operação que pode levar vários meses.

Rússia e China, que desde o início da crise na Síria, há mais de um ano, bloqueiam as resoluções do Conselho de Segurança da ONU visando acabar com a violência no país, afirmaram que vão apoiar o envio de observadores. "Não vejo como a Rússia possa se opor a esse projeto de resolução", comentou o chanceler francês.

Frágil estabilidade

O voto do envio da missão acontece apenas um dia após a entrada em vigor da trégua dos combates anunciada pelo presidente sírio Bachar al-Assad. Em sua primeira avaliação da situação no país, o enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse que o “cessar-fogo parece estar sendo respeitado”. Annan, no entanto, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que exija do regime sírio um retorno das tropas do exército às casernas, como prevê o plano de paz. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, completou, dizendo que a crise política não será resolvida com medidas militares. Segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos, pelo menos oito pessoas foram mortas nessa quinta-feira na Síria, das quais sete civis.