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Síria/Crise

Regime sírio cumpre parcialmente cessar-fogo proposto pela ONU

A situação é relativamente calma na Síria desde às 6 horas da manhã, pelo horário local, quando entrou em vigor o cessar-fogo acertado entre o regime de Bashar al-Assad e o mediador internacional Kofi Annan. Militantes de direitos humanos e opositores relatam que os bombardeios cessaram, mas o presidente sírio só cumpre parcialmente o acordo de paz pois tanques do Exército e militares, que deveriam retornar às casernas, continuam nas ruas.

Prédios destruídos na cidade de Homs, núcleo da resistência popular contra o governo de Bashar al'Assad.
Prédios destruídos na cidade de Homs, núcleo da resistência popular contra o governo de Bashar al'Assad. REUTERS/Shaam News Network/Handout
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As autoridades sírias anunciaram na manhã desta quinta-feira o fim das operações militares mas alertaram que o exército vai responder a qualquer ataque “terrorista”, em alusão aos rebeldes que também se comprometeram a respeitar o ultimato fixado pelo plano do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

Mais de 5 horas desde a entrada em vigor do cessar-fogo, nenhuma violação havia sido constatada mas o exército ainda não havia retirado nenhum tanque das ruas como estipula o plano, segundo uma ONG síria.

A oposição denunciou a ameaça lançada pelo governo. “Há um cessar-fogo mas eles dizem estar prontos a atacar a qualquer momento... o que isso significa?”, questionou Burhan Ghalioun, chefe do Conselho Nacional Sírio, principal grupo de oposição ao regime.

O Conselho convocou uma manifestação logo após a entrada em vigor do cessar-fogo. O plano do emissário Kofi Annan garante o direito dos sírios de manifestar pacificamente. “O cessar-fogo não tem valor algum se ele não garantir ao povo o direito de manifestar e o plano de Annan também não terá valor se não promover  uma transição para um governo democrático pluralista”, afirmou Ghalioun.

Reações

A China comemorou a decisão do regime sírio em adotar o cessar-fogo. De acordo com o porta-voz da chancelaria chinesa, a decisão do governo de Damasco vai "permitir diminuir a tensão no país e representar uma etapa importante para resolver a crise através de uma solução política”.

Já o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, estima que é preciso dar mais tempo para que o plano de Kofi Annan seja adotado, e ao mesmo tempo, intimou os países árabes e ocidentais a interromper o apoio aos opositores do regime. Durante uma entrevista a jornalistas russos em Washington, Lavrov propôs que seja verificada a disposição do presidente Assad de cumprir o plano de paz e de convencer a oposição a fazer o mesmo.

As declarações foram feitas antes da entrada em vigor do cessar-fogo e à margem do encontro do G8, o grupo dos países mais industrializados do mundo mais a Rússia.

“Não descarto as provocações, por isso a presença de observadores no país é muito importante”, disse Lavrov defendendo a presença de uma missão de observadores “o mais rápido possível”.
 

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