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Síria/ Violência

François Hollande não descarta intervenção militar na Síria

O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira que não descarta a possibilidade de uma intervenção armada na Síria, depois do massacre de Hula. Já os Estados Unidos declararam que uma intervenção militar não é a decisão mais apropriada neste momento e que esperam que o massacre mude a posição da Rússia sobre a crise na Síria.

O presidente francês François Hollande em entrevista ao canal France 2, na terça-feira (29).
O presidente francês François Hollande em entrevista ao canal France 2, na terça-feira (29). AFP PHOTO/THOMAS SAMSON
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“Uma intervenção armada não deve ser excluída, desde que seja feita respeitando o direito internacional, isto é, a deliberação do Conselho de Segurança da ONU”, declarou Hollande ao canal de tevê francês France 2. Mas o presidente francês também afirmou que defende uma solução que não envolva a intervenção militar e disse que pediria ao presidente russo Vladimir Putin para que reforce as sanções contra o regime sírio.

A declaração do presidente francês foi feita algumas horas depois de os Estados Unidos afirmarem que uma intervenção militar na Síria neste momento não seria a decisão mais apropriada. O porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, afirmou que uma intervenção militar conduziria a um aumento do caos e da violência.

A porta-voz do departamento de Estado americano, Victoria Nuland também afirmou hoje que espera que o massacre de Hula mude a resistência russa a tomar medidas mais duras contra o presidente sírio Bashar al Assad.

Washington também saudou a declaração do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, de pedir uma investigação completa sobre o massacre. “Acreditamos que o que mostrará a investigação será inquestionável”, declarou a porta-voz.

Com o apoio da Rússia e da China, o Conselho de Segurança da ONU condenou a participação do governo sírio no massacre. Os dois países tinham se oposto anteriormente aos projetos de resolução do Conselho que condenavam o regime de Assad.

Um alto responsável da ONU afirmou nesta terça-feira ter fortes suspeitas da implicação da “chabbiba” (milícias pró-regime) no massacre de Hula. Segundo o secretário geral adjunto da ONU encarregado das operações para manter a paz, Hervé Ladsous, uma parte das 108 pessoas assassinadas em Hula morreram na detonação de mísseis. “Como elas foram mortas por armas pesadas, o governo sírio é sem duvida responsável.”

Ações imediatas

O emissário internacional da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan pediu nesta terça-feira que o presidente sírio, Bashar Al Assad, “atue agora” para acabar com a violência.

“Eu pedi (ao presidente Assad) que tome medidas corajosas agora, não amanhã, para criar as condições necessárias para a realização do plano de saída da crise”, disse Annan.

Segundo o emissário, isso significa que o governo sírio e todas as milícias apoiadas por ele devem parar todas as operações militares. “Nós devemos começar a reviver a esperança de uma transição política para um futuro democrático na Síria, onde todas as comunidades terão seu lugar”, disse ele. Annan também pediu à oposição armada que cesse os atos de violência.

O emissário da ONU e da Liga Árabe está desde segunda-feira em Damasco, onde encontrou os opositores e membros da sociedade civil. Sua visita acontece três dias depois do massacre de Hula, onde 108 pessoas morreram, e que suscitou uma condenação do Conselho de segurança da ONU.
 

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