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França/Política

Hollande faz balanço de seis meses de governo para a imprensa

Treze de novembro foi o dia da verdade para o presidente francês. Seis meses depois de tomar posse, ele recebeu no Palácio do Eliseu 400 jornalistas franceses e estrangeiros para uma coletiva de imprensa que durou mais de duas horas. Com ar tranquilo e decidido, antes de responder às perguntas ele apresentou o primeiro balanço do seu governo e abordou os principais pontos que preocupam a população.

Ante 400 periodistas, el presidente francés François Hollande presenta el balance de su primer semestre de gobierno
Ante 400 periodistas, el presidente francés François Hollande presenta el balance de su primer semestre de gobierno REUTERS/Philippe Wojazer
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François Hollande abriu o encontro com a imprensa explicando as prioridades do governo para os próximos anos do seu mandato: a reorganização da Europa, o saneamento da dívida da França e a competitividade da economia.

Hollande fez um retrato da França atual e pediu tempo para cumprir sua missão, alertando que a situação do país é grave: "O déficit público ultrapassa 90% da riqueza nacional, o desemprego está em alta há 17 meses, o crescimento estagnou há dois anos, além da competitividade estar em queda nos últimos dez anos" , reconheceu o chefe de estado.

Hollande também comentou a queda livre de sua cota de popularidade pelo quarto mês consecutivo: apenas 39% dos franceses confiam em sua capacidade para dirigir o país, segundo as últimas pesquisas. Ele respondeu que "a opinião válida aos seus olhos não é o estado da opinião hoje, mas o estado da França daqui a cinco anos". Uma das causas desta perda de popularidade é a alta dos impostos.

Economia e crise

Na economia, o presidente continua a apostar no crescimento de 0,8% do PIB em 2013, contrariando o FMI e a Comissão Europeia, que preveem 0,4%. Hollande também confirmou uma reforma bancária no fim do ano, que vai separar as atividades de depósito e de crédito, que os franceses conhecem e confiam, das atividades ligadas à especulação, que os preocupam. A reforma também vai proibir os títulos podres e enquadrar remunerações e bônus.

O presidente também abordou a crise da Grécia e de outros vizinhos europeus e no plano internacional anunciou que a França reconhece a nova coalizão da oposição síria como um órgão legítimo.

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François Hollande

Voto dos estrangeiros

Hollande foi cobrado sobre uma de suas promessas de campanha: o direito de voto nas eleições legislativas para os estrangeiros que residem legalmente na França há pelo menos cinco anos. Ele afirmou que prefere adiar por tempo indeterminado a apresentação de um projeto de lei sobre o tema devido à falta de apoio suficiente no Parlamento e excluiu a possibilidade de realizar um referendo. 

Par realizar essa reforma seria preciso modificar o artigo 3 da Constituição francesa, que especifica que os eleitores são os cidadãos franceses maiores de idade. Mas essa mudança na Constituição só pode ser feita por referendo ou adotada por uma maioria de três quintos dos deputados e senadores.

Há trinta anos o voto dos estrangeiros faz parte dos programas políticos da esquerda, sem nunca ter sido aplicado. Hoje em dia essa reforma continua dividindo a população francesa e até mesmo os políticos do próprio Partido Socialista, além de ser combatida pela oposição de direita.

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