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ONU/Cancún

Conferência de Cancún sobre o clima termina com acordo modesto

Depois de 12 dias de discussões, os 194 países reunidos na Conferência da ONU sobre mudanças climáticas chegaram a um acordo em Cancún, no México, sobre uma série de mecanismos contra o aquecimento global. Apesar de considerado modesto, o acordo foi aplaudido com entusiasmo pelas delegações que aprovaram por quase unanimidade o texto. Apenas a Bolívia votou contra.

Militantes do Greenpeace fazem manifestação em praia de Cancún (México) durante conferência da ONU.
Militantes do Greenpeace fazem manifestação em praia de Cancún (México) durante conferência da ONU. REUTERS/Henry Romero
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O acordo fechado pelos países tem como pontos-chave: 1) programas de ajuda para os países em desenvolvimento; 2)medidas para frear o aquecimento; 3)novas diretrizes sobre o futuro do protocolo de Kyoto; 4) metas de redução do desmatamento.

Para a delegação boliviana, o acordo é “um passo atrás” , porque o texto aprovado adia a decisão sobre um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto com metas concretas de redução das emissões de gases do efeito estufa para países desenvolvidos. Já o premiê britânico, David Cameron, comemorou a aprovação do acordo. “Esse é um passo importante que reafirma a determinação da comunidade internacional em lutar contra as mudanças climáticas por meio de uma ação multilateral”.

O primeiro ponto é o que parece ter registrado maiores avanços. Os participantes da conferência concordaram em criar um Fundo Verde Climático para administrar a ajuda financeira dos países ricos aos mais pobres. União Europeia, Japão e Estados Unidos prometeram desembolsar 100 bilhões de dólares anuais em 2020, além de se comprometerem a liberar uma ajuda imediata de 30 bilhões de dólares. Um conselho será designado para dirigir o Fundo, com igualdade de representação de países desenvolvidos e em desenvolvimento e o Banco Mundial foi convidado a servir como tesoureiro interino do Fundo Verde Climático por três anos.

Os países em desenvolvimento receberão ajuda, mas, em contrapartida, também terão que mostrar esforços na luta contra as mudanças climáticas. Os grandes emergentes, como China, Brasil e Índia, "em função de suas suas capacidades", terão que divulgar a cada dois anos relatórios que mostrem a emissão de gases de efeito estufa e informações sobre suas ações para reduzí-la.

Florestas

Apesar da necessidade de ajustes para assegurar a sua implementação, foi aprovado também o mecanismo de conservação das florestas conhecido REDD (sigla para redução de emissões por desmatamento e degradação). A ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse estar surpresa positivamente com o resultado das negociações. “Acho que avançou muito mais do que eu esperava quando cheguei aqui », avaliou.

Mesmo sendo considerado como uma iniciativa importante, as delegações que participaram da reunião concordam que a totalidade do acordo  ficou aquém das metas ambiciosas traçadas antes da Conferência de Copenhague no ano passado. A grande razão para a decepção é a ausência de um acordo legalmente vinculante. Mas as Nações Unidas terão uma nova chance. Os 194 países terão um novo encontro em Durban (África do Sul) no final de 2011.

 

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