Presidente português diz que o seu país deve pagar pelos crimes da colonização
Em declarações nesta terça-feira à noite à imprensa estrangeira, o Presidente português declarou que o seu país devia assumir os custos da colonização e da escravatura. Já aquando da celebração do 25 de Abril no ano passado, Marcelo Rebelo de Sousa tinha declarado que Portugal devia pedir desculpa pelo seu passado colonial.
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Foi num evento na última noite com os jornalistas estrangeiros, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Portugal assume responsabilidade total pelos crimes cometidos no passado colonial português.
O chefe de Estado português afirma que esses crimes tiveram custos. Custo que, diz o Presidente da República, Portugal tem que pagar. Marcelo Rebelo de Sousa assume que é preciso avaliar a forma como é possível reparar acções que não foram punidas, responsáveis que não foram presos, bens que foram saqueados e que não foram devolvidos.
A declaração do Presidente da República de Portugal ganha relevância no momento em que se assinalam os 50 anos do 25 de Abril de 1974, numas comemorações que vão contar com a presença em Lisboa, dos chefes de Estado e de Governo dos países de Língua oficial portuguesa.
Há um ano, na Assembleia da República, na sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro Lula da Silva que se tinha deslocado a Portugal na altura em que se celebrava o 49° aniversário da Revolução dos Cravos, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha defendido que Portugal deveria pedir desculpa mas, acima de tudo, deveria assumir plenamente a responsabilidade pela exploração e pela escravatura no período colonial.
Estas declarações surgem num contexto em que tem havido crescentes reivindicações de organizações da sociedade civil no sentido de Portugal e outras antigas potências coloniais compensarem os países que ocuparam e de se estabelecer um tribunal especial sobre a questão.
Durante praticamente os 500 anos da colonização portuguesa, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram raptados e levados dos seus territórios de origem para lugares distantes, designadamente o continente americano, onde a sua força foi usada no trabalho escravo.
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