Protesto contra vitória de Putin mobiliza milhares de opositores em Moscou

Milhares de opositores russos fizeram um protesto neste sábado no centro de Moscou para denunciar as fraudes durante as eleições de 4 de março, vencidas por Vladimir Putin. Mas a mobilização é bem inferior às recentes manifestações de protesto contra o governo e os resultados das eleições legislativas e presidenciais, marcadas por diversas irregularidades.

O protesto deste sábado, 10 de março, foi considerado um teste para testar a mobilização dos opositores de Putin. Reuters

De acordo com a polícia, cerca de 10 mil pessoas saíram às ruas enquanto a oposição afirma que reuniu pelo menos 25 mil. Mas os números são bem inferiores aos protestos realizados na capital nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro que levaram uma multidão a manifestar sua revolta contra os dirigentes russos.

Muitos militantes lamentaram a pouca adesão ao protesto, o primeiro desde a vitória de Putin que voltará ao cargo de presidente, em maio. Os manifestantes exibiram cartazes contra o homem forte do país e bandeiras de diversos movimentos políticos que surgiram após os resultados das eleições legislativas de dezembro, que tiveram os resultados contestados.

Tanto as eleições legislativas vencidas pelo partido Rússia Unida quanto a vitória de Putin no primeiro turno das eleições presidenciais com 64% dos votos foram manchadas por fraudes, segundo os movimentos de oposição também os observadores internacionais.

Em entrevista à agência de notícias France Presse, um dos líderes do protesto deste sábado contra Putin declarou que as exigências dos opositores são claras: uma reforma política, uma justiça independente, o fim da censura e eleições antecipadas.

Após quatro grandes manifestações que reuniram milhares de pessoas nas ruas de Moscou, a oposição registra divisões internas e se questiona sobre o futuro do movimento. Apesar da fraca mobilização deste sábado, o ex-campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, fez um apelo para que a oposição não se desmobilize e estima que o movimento de contestação está apenas no início.

Os organizadores devem convocar uma nova manifestação no início de maio, por ocasição da posse de Vladimir Putin, programada para o dia 7. Ele volta a ocupar o cargo de presidente após dois mandatos consecutivos entre 2000 e 2008.