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Egito/Mubarak

Mubarak entra em coma após ser considerado clinicamente morto

A agência oficial de notícias egípcia afirmou que o ex-presidente Hosni Mubarak estava clinicamente morto, antes de informar que o ditador havia entrado em coma e que os médicos tentavam reanimá-lo. Aos 84 anos de idade, o ex-chefe de Estado, que comandou o Egito com mão de ferro durante três décadas, havia sido condenado a prisão perpétua no início do mês de junho.

Hosni Mubarak compareceu a todas as audiências deitado em uma maca.
Hosni Mubarak compareceu a todas as audiências deitado em uma maca. REUTERS/Stringer
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Depois de mais uma crise cardíaca na noite dessa terça-feira, a agência oficial de notícias egípcia informou que Hosni Mubarak havia sofrido um derrame cerebral e que teria sido levado para um hospital militar. Segundo as autoridades do país, seu estado de saúde havia “entrado em uma fase grave”.

A agência Mena chegou a informar que Mubarak estava “clinicamente morto”. Segundo um primeiro comunicado, seu coração havia parado de bater e não reagia mais às tentativas de reanimação. Mas depois de alguns minutos uma nova nota avisou que o ex-presidente estava em coma e que “os médicos ainda tentavam reanimá-lo”. Fontes ligadas ao alto escalão do exército, que controla o poder no Egito, garantiram que o ditador está vivo, apesar de inconsciente e sob respiração artificial. 

O ex-chefe de Estado estava detido em uma ala médica da prisão de Tora, no sul do Cairo, desde 2 de junho, quando foi sua condenado a prisão perpétua pela morte de cerca de 850 pessoas durante a revolta que resultou em sua queda em janeiro de 2011. Aos 84 anos de idade, o estado de saúde do ex-presidente vinha se deteriorando desde sua detenção, quando começou a sofrer de depressão aguda, dificuldades respiratórias e hipertensão. Nos últimos dias ele foi vítima de duas paradas cardíacas e durante todo o processo compareceu no tribunal deitado em uma maca.

A família de Mubarak já havia pedido que o ex-chefe de Estado fosse transferido para um hospital, como antes de sua condenação, mas as autoridades recusaram a solicitação, alegando que ele seria “tratado como qualquer outro prisioneiro”.

Três décadas no poder

Hosni Mubarak chegou ao poder em 1981, após o assassinato do presidente Anouar el-Sadate, morto por islamitas. Reputado na época por sua falta de carisma, ele se apoiou no dispositivo militar para controlar a população e reinou durante 30 anos no país mais populoso do mundo árabe.

Durante esse período, o fato de ter conseguido manter os acordos de paz concluídos com Israel em 1979 e sua personalidade moderada na região fizeram com que seu regime conquistasse o apoio dos ocidentais, principalmente dos Estados Unidos, aliados fieis do Cairo. Ele também ficou conhecido por sua batalha contra o islamismo radical, mas não conseguiu evitar o fortalecimento de movimentos conservadores, como a Irmandade Muçulmana, que se tornou a primeira força política do Egito e pode dirigir o país se a eleição de Mohammed Morsi se confirmar.

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