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Síria/Assad

Bachar Al Assad descarta deixar o poder e diz que vai "viver e morrer na Síria"

O presidente Bachar Al Assad excluiu nesta quinta-feira qualquer possibilidade de deixar o poder, dizendo que vai "viver e morrer" na Síria. Ele ainda acrescentou que a comunidade internacional não pode arcar com as consequências da intervenção de um conflito armado no país.  As declarações foram transmitidas nesta quinta-feira em um canal de TV russo. O conflitona Síria, que teve inicio em março de 2011, já deixou mais de 37 mil mortos.

Distribuição de alimentos da Cruz Vermelha em Idlib, na Síria
Distribuição de alimentos da Cruz Vermelha em Idlib, na Síria REUTERS/Asmaa Waguih
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Em uma entrevista concedida ao canal Russia Today, Bachar al- Assad declarou que seu país é "o último bastião do Estado laico, da estabilidade e da coexistência na região." Ele acrescentou que as consequências de uma intervenção militar na Síria, se ela ocorresse, não poderiam ser assumidas pela comunidade internacional. Para o regime sírio, os rebeldes são 'terroristas mercenários", cuja missão é desestabilizar o país. "Não sou uma marionete, sou sírio e devo então viver e morrer na Síria."

Os aviões das forças sírias continuam bombardeando diversas regiões. Em Damasco, atentados recentes visaram áreas onde vive a comunidade alauita, e diversos foguetes atingiram recentemente o bairro de Mazé, de acordo com o Observatorio Sírio dos Direitos Humanos. Só nesta quinta-feira, 86 pessoas morreram, entre elas, 38 soldados. A capital, que durante um bom tempo foi poupada dos ataques, enfrenta agora a violência no dia-a-dia, relatam os moradores, que tiveram sua rotina totalmente afetada. Os militantes anti-regime convocaram várias manifestações para esta sexta-feira em Damasco.

Diante da escalada de violência, o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, admitiu que a degradacão da situacão humanitária dificulta as operações . Segundo ele, os combates estão mais intensos, aumentando o número de feridos, e nem todos podem ser atendidos. No caso de Alep, disse, o acesso está bloqueado para qualquer tipo de ajuda. Diversas cidades, como Homs, reduto rebelde, foram ocupadas pelo regime, e a situação  nesssas regiões está cada vez mais precária.

Tensão aumenta na fronteira

Nas fronteiras, também há um aumento da tensão. Na Turquia, o presidente Abdullah Gul disse ter o direito de obter todos os tipos de armamento para enfrentar a ameaça síria. O governo também negocia com a OTAN o envio de baterias antimísseis. Segundo as oganizações não-governamentais, os conflitos nos postos da fronteira já deixaram 26 mortos. Paralelamente, em Doha, as facções da oposição síria estão reunidas para definir a criação de uma estrutura politica unificada. O líder da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, estimou na véspera que o regime de Assad "não sobreviveria por muito tempo". Para o governo sirio, Arabi participa "de um complô para a destruição do país."
 

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