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Egito/Crise política

Presidente egípcio busca acordo com juízes para encerrar protestos

O presidente do Egito, Mohamed Mursi, se encontra hoje com integrantes da Corte Suprema em busca de uma solução à crise aberta na quinta-feira passada com a publicação do decreto presidencial que ampliou os poderes do chefe de Estado. O texto gerou uma onda de protestos no país.

Jornalistas egípcios se reuniram neste domingo, na praça Tahrir, no Caire, para protestar contra o decreto presidencial.
Jornalistas egípcios se reuniram neste domingo, na praça Tahrir, no Caire, para protestar contra o decreto presidencial. REUTERS/Asmaa Waguih
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Mursi tentará um acordo com a Suprema Corte nesta segunda-feira. O judiciário egípcio está em greve, em sinal de adesão à contestação popular gerada pelo decreto. O presidente também vai negociar com as formações políticas de oposição, que já anunciaram que o diálogo só poderá ser retomado após a abolição do decreto.

O texto polêmico estabelece que as decisões do presidente não poderão ser contestadas na justiça até a adoção de uma nova Constituição. Mursi já acumulava os poderes executivo e legislativo desde a sua eleição, em junho passado, e esse decreto é interpretado como um grave retrocesso no processo de democratização do país, após três decadas de ditadura militar. Segundo os magistrados, a decisão é um ataque sem precedentes à independência do poder judiciário.

Nesta segunda-feira, novas manifestações estão previstas e até mesmo o movimento que apoia o presidente, a Irmandade Muçulmana, anunciou uma grande passeata para esta terça-feira. A oposição se reunirá na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para pedir que o presidente revogue o decreto.

Por causa da tensão política, a bolsa de valores do Cairo recuou mais de 10% desde quinta-feira e perdeu o equivalente a US$ 5 bilhões, mesma quantia solicitada pelo país ao FMI para refinanciar a dívida pública.

Desde sexta-feira, o Egito registra manifestações contra o texto, algumas violentas, nas principais cidades do país. Comitês do partido da Irmandade Muçulmana foram incendiados e uma pessoa morreu por causa dos protestos. Os magistrados decretaram uma greve nacional, mobilização nunca antes vista neste país, onde, até 2011, ano da queda do ex-ditador Hosni Mubarak, era proibido fazer greve.

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