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Irã/ negociações

Aiatolá iraniano descarta cooperação com EUA contra terrorismo

O guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, descartou neste sábado (21) qualquer cooperação com os Estados Unidos sobre os conflitos no Oriente Médio, afirmando que o diálogo com Washington se limita às negociações sobre o programa nuclear iraniano. As reuniões foram suspensas nesta sexta-feira (20) e serão retomadas na quinta-feira (26).

Secretário de Estado americano, John Kerry, deixou Lausanne (Suíça) em direção a Londres, onde se encontra com parceiros europeus neste sábado.
Secretário de Estado americano, John Kerry, deixou Lausanne (Suíça) em direção a Londres, onde se encontra com parceiros europeus neste sábado. REUTERS/Brian Snyder
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Segundo Khamenei, o Irã e os Estados Unidos têm objetivos “opostos” nos conflitos regionais. A declaração vai no sentido contrário à feita pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que disse que os dois países tinham “interesses comuns” na luta contra o grupo Estado Islâmico.

Teerã fornece um apoio militar para o Iraque a Síria para o combate aos extremistas, mas se recusa a fazer parte da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o grupo radical. “As negociações com os Estados Unidos se referem unicamente sobre as questões nucleares e nada além. Nós não negociamos com os Estados Unidos sobre as questões regionais. Os objetivos dos Estados Unidos são opostos aos nossos”, afirmou o aiatolá, em um discurso transmitido pela televisão, em virtude do ano novo persa. “A política dos Estados Unidos é de criar a instabilidade – veja o Egito, a Líbia, a Síria”, destacou.

Acordo possível

Em relação às negociações sobre o programa nuclear iraniano, o presidente do país, Hassan Rohani, declarou neste sábado que “não há nada que não possa ser resolvido" e que um acordo era "possível". O diálogo com as grandes potências devem ser retomado na quinta-feira, na Suíça.

As grandes potências e Teerã decidiram interromper as negociações, após uma semana de discussões infrutíferas em Lausanne. Um negociador europeu indicou que um acordo "está muito longe".

"Nesta rodada de negociações (em Lausanne), houve diferenças sobre algumas questões, mas pontos de vista comuns surgiram e podem ser a base de um acordo final", disse Rohani, acrescentando que "em algumas questões, as divergências persistem".

Pesquisas e sanções: pontos de discórdia

Os dois lados pareciam emperrados em questões relativas à pesquisa atômica e a suspensão das sanções. "Os riscos são altos e as questões complicadas, altamente técnicas, e todas inter-relacionadas", ressaltou Kerry.

O secretário de Estado americano, que conversou durante cinco dias com o seu homólogo iraniano Mohammad Javad Zarif, se reúne hoje os ministros francês, alemão e britânico, em Londres, para falar sobre o assunto. Para Kerry, as negociações progrediram e chegou a hora de os países “tomarem decisões difíceis”. "Não estamos nos apressando, mas reconhecemos que decisões fundamentais têm que ser feitas agora e elas não ficam mais fáceis com o passar do tempo", declarou Kerry.

O Ocidente suspeita que o Irã esteja buscando ser capaz de produzir armas nucleares. As Nações Unidas já impuseram sanções econômicas ao governo de Teerã, mas o país diz que seu programa só tem fins pacíficos, como tecnologia médica e geração de energia nuclear, e deseja o fim das represálias.
 

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