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Síria/Grupo Estado Islâmico

Grupo EI toma último posto fronteiriço entre Síria e Iraque

Depois de conquistar o sítio arqueológico de Palmira, na Síria, e Ramadi, no Iraque, combatentes da organização terrorista Estado Islâmico se apoderaram nessa quinta-feira (21) de novas posições estratégicas: o último posto de fronteira entre os dois países, que ainda estava nas mãos do regime sírio, e áreas nos arredores de Ramadi que eram protegidas pelas tropas iraquianas.

Combatentes da organização terrorista Estado Islâmico no sítio arqueológico de Palmira.
Combatentes da organização terrorista Estado Islâmico no sítio arqueológico de Palmira. REUTERS/Omar Sanadiki
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De acordo com o geógrafo Fabrice Balanche, especialista na Síria, o grupo Estado Islâmico "cria uma continuidade geográfica com o Iraque, através do norte da Síria". Além da capital, Homs também está na mira dos jihadistas, que controlam agora os principais campos de gás sírios, que abastecem as centrais elétricas de todo o país.

Balanche ressalta, no entanto, que a maior parte do território em poder da organização é deserta. A Síria "útil" continua sob o jugo de Bashar al-Assad e, em menor escala, do braço da al-Qaeda na Síria, a Frente al-Nosra, que detém a região de Aleppo. Nesta sexta-feira, a al-Nosra tomou um hospital militar na região noroeste do país, onde 150 soldados e suas famílias estavam cercados havia quase um mês.

Caminho livre

Com o triunfo em Palmira, tombada como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, os jihadistas já controlam a metade do território sírio. Pela posição geográfica da cidade, os rebeldes têm agora o caminho livre para chegar até Damasco, que se tornou a prioridade das tropas de Bashar al-Assad. O regime reconheceu a derrota, ao informar o recuo de suas tropas diante da ofensiva.

Pelo Twitter, os combatentes da organização terrorista reivindicaram a tomada da cidade e exibiram imagens de caminhões do exército destruídos, além de cadáveres às margens das estradas. Desde que começou, em 13 de maio, a batalha de Palmira causou quase 500 mortes e obrigou parte dos habitantes a deixar a localidade. Um ativista local denunciou pelo Facebook que jihadistas revistam as casas em busca pessoas leais ao regime e impedem que elas fujam. A energia elétrica está cortada.

Tesouros arqueológicos

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), associação que monitora a guerra civil na região com uma extensa rede de informantes, confirmou que um grande número de terroristas controla Palmira, cujos tesouros arqueológicos datam de até 2 mil anos. A Unesco teme que repitam-se as cenas de destruição de patrimônio histórico como as que aconteceram durante a tomada de Mossul, no Iraque, quando os jihadistas quebraram relíquias mesopotâmias.

O projeto de califado islâmico do grupo terrorista, ocupando uma extensa área entre a Síria e o Iraque, aos poucos de consolida. Nem as operações aéreas da coalizão liderada pelos Estados Unidos, nem o apoio das milícias xiitas enviadas pelo Irã para reforçar as tropas iraquianas conseguem conter o avanço dos extremistas.

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