Moçambique: CDD pede responsabilização pela morte de três agentes do STAE

O Centro para a Democracia e Desenvolvimento pediu esta terça-feira, 12 de Março, a condenação da força paramilitar “Naparamas”, depois desta força paramilitar ter morto três agentes de educação cívica eleitoral, em Cabo Delgado, sob suspeitas de serem terroristas.

O Centro para a Democracia e Desenvolvimento pediu esta terça-feira, 12 de Março, a condenação da força paramilitar “Naparamas”, depois desta força paramilitar ter morto três agentes de educação cívica eleitoral, em Cabo Delgado, sob suspeitas de serem terroristas. AFP - CAMILLE LAFFONT

O Director do Centro de Democracia e Desenvolvimento, Adriano Nuvunga, acusa as autoridades moçambicanas de serem coniventes com este grupo paramilitar.

“Os Naparamas são um grupo de milícias ilegal que estão a violar os direitos humanos. O Estado moçambicano tem de acabar com este risco. O Estado moçambicano está a ser conivente com grupos desta natureza que são responsáveis pela morte de 3 pessoas do STAE”, referiu.

Na semana passada, a força paramilitar Naparama assassinou três agentes de educação cívica eleitoral em Katapua, no distrito de Chiúre, norte de Moçambique, sob suspeitas de serem terroristas.

Adriano Nuvunga considera ainda que membros do governo que apoiam estas milícias devem ser identificados e responsabilizados criminalmente.

“Estamos a falar de um crime. O Estado moçambicano tem um exército. Se há alguém do governo que promove os Naparamas essa pessoa tem de ser identificada, julgada e se for condenada deve ficar na cadeia.  Eles[Naparamas] estão a matar pessoas e vão matar muitas mais”, acrescentou.

Os Naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 80, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, actuando em comunidade.

Nas últimas semanas, província de Cabo Delgado tem estado a registar novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, limitando a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

Esta semana, a Organização Internacional das Migrações avançou que a vaga de ataques terroristas em Cabo Delgado, no norte do país, provocou mais de 99 mil deslocados, incluindo 61.492 crianças,