Moçambique: Oposição critica declarações de Nyusi

As principais forças de oposição condenaram as palavras do Presidente de Moçambique ao defender que povo “não pode continuar refém de debates na Assembleia da República”. Filipe Nysui referia-se à vinda das tropas ruandeses para combater o terrorismo em Cabo Delgado, sem que o assunto fosse debatido no Parlamento. A Renamo e o MDM falam em desprezo e desconhecimento da Constituição.

Felipe Nyusi, Presidente de Moçambique (imagem de aquivo). Getty Images - Kevin Dietsch

As palavras do Presidente Filipe Nyusi foram mal recebidas pelos partidos da oposição que reconheceram a necessidade de um debate, no seio da Assembleia da República, sobre o envio de tropas ruandesas para combate o terrorismo em Moçambique.

O deputado da Renamo, Fernando Lavieque, fala em desprezo do alto magistrado da nação para com a Assembleia da República, a casa que representa os moçambicanos.

“Entendemos que isto é um comportamento pessoal, uma atitude de menosprezo, como sempre tem feito. Não é a primeira vez, quer na vinda dessas tropas, quer na gestão da situação do terrorismo. Até agora, a Assembleia da República tem pouco a dizer. Já era o momento de trazer coisas com substancia para os moçambicanos, que são os representantes por esta casa, perceberem qual é a situação de Cabo Delgado”, sublinhou.

O deputado da MDM, José Domingos Manuel, denuncia a postura do Presidente Filipe Nyusi e aconselha-o a ler a Constituição para perceber qual é a verdadeira função da Assembleia da República.

“Estamos infelizes com o Presidente da República. Ele não conhece bem a constituição da República e devia-a ler para saber qual é a função da Assembleia da Republica. Isto para não voltar a dizer que não tem competência para tratar deste assunto”, referiu.

Esta semana, durante a visita que realizou aos Estados Unidos da América, o chefe de Estado moçambicano disse que o povo não pode continuar a morrer e refém de debates na Assembleia da República. Filipe Nyusi referiu-se à vinda de tropas estrangeiras para a defesa da população que morre em consequência dos ataques extremistas, na província de Cabo Delgado.