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Economia

FMI evoca desafios económicos que enfrentam Angola e Moçambique

No rescaldo dos encontros anuais do FMI e do Banco mundial que decorreram até sábado em Washington, Thibault Lemaire, o economista que coordenou o relatório do FMI sobre África subsaariana, evocou as perspectivas económicas de Moçambique e de Angola para 2024 e os desafios que enfrentam ambos os países.

Os encontros anuais do FMI e do Banco mundial decorreram até este fim-de-semana em Washington.
Os encontros anuais do FMI e do Banco mundial decorreram até este fim-de-semana em Washington. © OLIVIER DOULIERY / AFP
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Referindo-se ao caso de Moçambique, país no qual o FMI prevê um crescimento de 5% em 2024, Thibault Lemaire considerou que o crescimento económico desse país deveria ser modesto este ano, designadamente devido a um fraco desempenho do sector mineiro e também as consequências das catástrofes naturais.

"Para este ano e a médio prazo, esperamos uma recuperação modesta do crescimento", declarou à agência Lusa o analista Thibault Lemaire no final dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial. O sector não mineiro deste país "deverá acelerar em 2024, impulsionado por uma melhoria da dinâmica da indústria transformadora e da construção", indicou o especialista ao referindo contudo que Moçambique continua a enfrentar "desafios significativos de desenvolvimento, nomeadamente na maior frequência e gravidade das catástrofes naturais e choques climáticos".

 

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Economista do FMI Thibault Lemaire em declarações sobre Moçambique recolhidas pela agência Lusa

 

Referindo-se à situação de Angola, cujo crescimento deveria ser de 2,6% em 2024 e de 3,1% em 2025 segundo o FMI, o economista mostra-se um pouco mais optimista, embora também indique que a inflação vai continuar em níveis altos.

"A economia angolana manteve-se resiliente no ano passado; depois da recuperação em 2021 e 2022, em 2023 foi fortemente atingido por um declínio na produção e nos preços do petróleo, coincidindo com o fim da moratória" sobre os pagamentos da dívida, na sequência da suspensão dos pagamentos devido à pandemia de covid-19, referiu Thibault Lemaire ao antever uma "recuperação gradual da actividade económica em 2024, sustentada pelo desempenho da economia petrolífera e não petrolífera, com a inflação a permanecer elevada este ano e a desacelerar gradualmente".

 

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Economista do FMI Thibault Lemaire em declarações sobre Angola recolhidas pela agência Lusa

 

Nos relatórios tornados públicos na semana passada, o FMI refere prever um aumento dos preços de 22% este ano e de 12,8% em 2025, depois a inflação ter atingido os 13,6% no ano passado.

Em termos gerais, na África subsaariana, o FMI prevê um crescimento de 3,8% em 2024 e de 4% em 2025, "com os efeitos negativos dos choques climáticos a manterem-se e os problemas nas cadeias de fornecimento a melhorarem gradualmente". No seu relatório, esta entidade refere ainda que a nível mundial, o crescimento deveria ascender aos 3,2% este ano, um nível que deveria manter-se para o ano que vem, de acordo com as suas previsões.

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