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Etiópia/funcionários ONU

Etiópia expulsa do país 7 responsáveis de agências das Nações Unidas

A Etiópia anunciou ontem que vai expulsar do país 7 responsáveis de agências das Nações Unidas. Em causa, a alegada "interferência" em assuntos internos, nomeadamente, no que diz respeito à guerra no Tigray.

António Guterres, secretário-geral da ONU.
António Guterres, secretário-geral da ONU. © AP Photo/ Khalil Senosi
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"O Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope, em cartas emitidas hoje, declarou sete pessoas que trabalham para várias ONG internacionais na Etiópia 'persona non grata' por interferirem nos assuntos internos do país", pode ler-se no Facebook oficial do ministério.

O governo etíope deu ainda 72 horas aos sete funcionários de agências da ONU, entre elas o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), para abandonarem o país. 

Esta decisão surge um dia após a entrevista do chefe humanitário das Nações Unidas à agência de notícias AP. O responsável falou sobre a crise na Etiópia e classificou-a como uma "mancha" na consciência.

As reações a esta decisão da Etiópia já começaram a surgir. António Guterres, secretário-geral da ONU, mostrou-se chocado com a notícia e salientou que "todas as operações humanitárias da ONU são guiadas pelos princípios fundamentais da humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência".

França também já reagiu à notícia e reiterou que os funcionários da ONU devem continuar as suas missões, uma vez que a crise humanitária no país continua a piorar, com mais de 5 milhões de pessoas a viverem numa situação de insegurança alimentar.

Os Estados Unidos da América também já vieram condenar "veementemente" a decisão da Etiópia e garantiram que "não hesitarão" em usar as "ferramentas à sua disposição" caso sejam necessárias. Washington deu o exemplo de eventuais sanções financeiras aos protagonistas do conflito que assola o norte do país.

De salientar que a Etiópia vive um período de grande instabilidade política e social após o início da guerra em novembro do ano passado, que parece não estar perto do fim.

Na próxima semana, o país vai assistir à formação de um novo governo, uma fonte de esperança para as milhares de pessoas que se encontram no meio do conflito.

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