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#Estados Unidos/África

Antony Blinken iniciou périplo em África

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, chegou, no domingo, à África do Sul, na primeira etapa do périplo africano que o vai levar também à República Democrática do Congo e ao Ruanda. O objectivo é pesar contra a influência diplomática russa no continente africano.

Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, com a ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, Naledi Pandor. Pretória, África do Sul, 8 de Agosto de 2022.
Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, com a ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul, Naledi Pandor. Pretória, África do Sul, 8 de Agosto de 2022. AFP - ANDREW HARNIK
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A visita acontece duas semanas depois de o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, ter feito uma viagem a África, onde passou pelo Egipto, Congo-Brazzaville, Etiópia e Uganda, em pleno contexto de tensões entre a Rússia e os países ocidentais devido ao conflito na Ucrânia. A deslocação acontece também depois do périplo africano do Presidente francês Emmanuel Macron, que esteve no Benin, Camarões e Guiné-Bissau.

O objectivo dos Estados Unidos é reforçar os laços com o continente africano e mostrar que os países africanos são "aliados" em questões como "a luta contra os efeitos das mudanças climáticas, insegurança alimentar e pandemias", de acordo com o departamento de Estado norte-americano.

Nesta primeira etapa, que começou no domingo na Áfica do Sul, são esperados anúncios sobre a nova estratégia do governo norte-americano para o continente africano. A África do Sul - que integra o grupo BRICS de economias emergentes, ao lado do Brasil, Rússia, Índia e China - tem mantido uma posição neutra desde o início da guerra na Ucrânia. Em Junho, o Presidente russo, Vladimir Putin, pediu a cooperação dos BRICS perante o que chamou de "ações egoístas" dos países ocidentais, no âmbito das sanções contra Moscovo devido à Ucrânia.

Este domingo, o secretário de Estado norte-americano foi ao Memorial Hector Pieterson, no Soweto, onde prestou homenagem aos estudantes assassinados em 1976 durante uma manifestação contra o regime segregacionista do Apartheid.

Depois da África do Sul, o chefe da diplomacia americana vai visitar a República Democrática do Congo e o Ruanda, numa altura em que um relatório de peritos da ONU confirmou que o exército ruandês teria feito "intervenções militares" na RDC e apoiado os combatentes do M23. Kigali desmente.

Esta é a segunda viagem de Antony Blinken a África desde que assumiu o cargo, no ano passado, tendo visitado o Quénia, a Nigéria e o Senegal na primeira deslocação.

Paralelamente, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, também fez um périplo que a levou ao Uganda, Gana e Cabo Verde. Este domingo, na cidade da Praia, a embaixadora apontou Cabo Verde como um dos países que sofre, à distância, as consequências da guerra na Ucrânia.

“Ninguém e nenhum país está imune ao impacto devastador da guerra da Rússia na Ucrânia, incluindo países em nações insulares como esta”, afirmou Linda Thomas-Greenfield, depois de se ter reunido com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

Na conferência de imprensa, a embaixadora disse que a viagem já estava programada há muito e que “não foi uma resposta” à viagem que o chefe da Diplomacia russa, Sergey Lavrov, realizou ao continente africano dias antes. Porém, Linda Thomas-Greenfield aproveitou para criticar Moscovo : “O que ele esteve aqui a fazer no continente foi dar desculpas para o que estão a fazer na Ucrânia. Eles atacaram o seu vizinho, eles criaram uma crise global internacional que levou à insegurança alimentar em todo o mundo. E eles estiveram aqui [África] para defender isso, não para aceitar a responsabilidade. E não há ninguém para culpar pelo que está a acontecer a não ser a própria Rússia. E eles podem corrigir isso, parando a guerra na Ucrânia.”

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