Cerca de 16 milhões de sírios foram hoje (3/06) chamados às urnas, teoricamente no que foi a primeira eleição presidencial desde há meio século, mas na pràtica o escrutínio visa prolongar a dinastia do clã al-Assad e reeleger o presidente Bashar para um terceiro mandato de 7 anos, numa tentativa de legitimar o seu poder, a nível interno e externo.Os outros dois candidatos são elementos do sistema, desconhecidos da população que foi ameaçada de prisão se não votar.Esta eleição que decorreu sob bombardeementos por vezes intensos, realizou-se apenas nas regiões controladas pelo regime. Os resultados não serão reconhecidos nem pela comunidade internacional, nem pela oposição, que qualificaram o escrutínio de "farsa".De recordar que os protestos contra o regime de Bashar al-Assad começaram em Março de 2011 e degeneraram num violento conflito, que causou mais de 160 mil mortos e cerca de 9 milhões de deslocados e refugiados.Iaín Levine, director executivo adjunto de programas na ONG de defesa de direitos humanos Human Rights Watch, denuncia o facto de esta eleição não credível, nem transparente, ser uma mera manobra política do presidente, quando prosseguem violações sistemáticas de direitos humanos no país.
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Haiti: conselho de transição no poder "vai ser novo período de incerteza"
O Haiti está a braços com uma profunda crise política e de segurança que já fez centenas de mortos. Nos últimos anos, e em particular desde Fevereiro passado, o território foi tomado de assalto por gangues que controlam quase todo o país, situação instável, que já levou mesmo à demissão do primeiro-ministro, Ariel Henry.02/05/202410:02 -
França: Os estudantes vão continuar a lutar pelos direitos dos palestinianos
À semelhança do que tem vindo a acontecer nas universidades norte-americanas, também os alunos franceses intensificam os protestos contra a operação militar israelita em curso na faixa de Gaza. Eduardo Cury, estudante brasileiro na Sciences Po Paris, participa neste movimento, aponta o dedo à postura do Ocidente, lembrando a “culpa” da não condenação ou do silêncio “em relação às atrocidades cometidas em Gaza”.01/05/202409:49 -
Angola na Coreia do Sul para diversificar economia
Terminou nesta terça-feira, 30 de Abril, a visita oficial de dois dias do Presidente de Angola à Coreia do Sul. Em Seul, João Lourenço foi recebido pelo homólogo sul coreano, Yoon Suk-yeol, e participou no Fórum Económico com vista ao reforço das relações bilaterais. Em entrevista à RFI, Sérgio Dundão, cientista político de Angola, fala das áreas de cooperação entre os dois países, sublinhado que Angola continua empenhada em diversificar os parceiros comerciais.30/04/202408:03 -
Declarações de Marcelo "devem trazer para a agenda política situação dos afro-descendentes"
O Presidente português defendeu que Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado, e disse que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram “custos” e que há que pagá-los. "Este debate é muito fácil de se fazer, transferindo de alguma forma a questão para a realidade dos países no continente africano. Creio que se deve aproveitar esta oportunidade para trazer para a agenda política nacional a situação dos afro-descendentes", defende Yussef, activista pan-africanista.29/04/202409:32 -
"História da reparação [do período colonial] é um debate absolutamente inadiável"
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que Portugal deve liderar o processo de assumir e reparar as consequências do período do colonialismo e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiamento. "A história da reparação do período colonial é inadiável", acredita António Pinto Ribeiro, programador cultural e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.29/04/202409:41