Senado americano aprova reforma de regulação do sistema financeiro
Após vários meses de debate parlamentar e de lobby bancário, finalmente o Senado norte-americano adotou nesta quinta-feira, por 60 votos a favor e 38 contra, o texto final que prevê a maior reforma de regulamentação financeira do país desde os anos 30.
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Com 2.300 páginas, o projeto de lei foi criado para evitar uma nova crise nos Estados Unidos, como a ocorrida em 2008, que contagiou a economia mundial e prejudicou milhões de pessoas. Entre os pontos principais da nova legislação, que deve ser promulgada pelo presidente Barack Obama, está o controle por uma entidade de regulação dos hedge funds, os fundos especulativos, assim como de produtos derivados. O projeto de lei também prevê a criação de um conselho de supervisão do sistema financeiro e para a prevenção de riscos. A instauração de uma agência de proteção dos investidores particulares junto ao banco central americano (FED) também é proposta, o que deve evitar que os contribuintes paguem os prejuízos provocados pelas grandes instituições financeiras.
As agências de notação de risco também estão na mira do governo norte-americano e serão vigiadas de perto. Paralelamente, o banco de investimentos Goldman Sachs vai pagar uma multa recorde de US$ 550 milhões por sua implicação na crise dos subprimes, os créditos hipotecários na origem da explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos.
O jornal econômico francês Les Echos considera que a adoção do texto da reforma financeira é uma vitória de Obama contra Wall Street e o segundo grande sucesso do seu mandato, depois da adoção da reforma da saúde.
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