Síria e Irã dominam reuniões à margem da Assembleia da ONU

Barack Obama subirá à tribuna da ONU para fazer seu aguardado discurso após a fala da presidente Dilma Rousseff na 68ª Assembleia-geral, nesta quarta-feira, em Nova York. A guerra civil na Síria e os acenos do Irã para retomar o diálogo com as potências ocidentais dominam as conversas nos bastidores da assembleia.

Sede da ONU em Nova York. REUTERS/Carlo Allegri

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani, tem várias reuniões bilaterais confirmadas, entre elas com o boliviano Evo Morales e com o presidente francês, François Hollande. Um encontro de Rohani com Obama, como vem sendo especulado nos últimos dias, é pouco provável. O governo iraniano declarou hoje que um encontro entre os dois líderes não está na ordem do dia, mas a Casa Branca não excluiu essa possibilidade.

Segundo analistas, ainda é muito cedo para os dois presidentes apertarem as mãos. Uma reaproximação entre Washington e Teerã continuará sendo articulada por diplomatas dos dois países. A última vez em que um líder americano e um iraniano se cumprimentaram foi em 1977, antes da revolução iraniana.

O conflito sírio também será um dos temas em destaque nessa assembleia-geral. Os países do Conselho de Segurança da ONU ainda não conseguiram chegar a um acordo sobre o desmantelamento do arsenal químico do regime de Bashar al-Assad.

O governo russo declarou hoje que uma resolução sobre a Síria poderia mencionar o capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite duras sanções e o uso da força em caso de não cumprimento do plano de desarmamento. Porém, o uso de força não seria imediato, conforme advertem os russos.

A chancelaria russa confirmou a chegada a Damasco, na quarta-feira, de uma nova missão de inspetores da ONU que investigam o uso de armas químicas na insurreição contra o regime.