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Venezuela/Protestos

Conferência de Paz evidencia polarização na Venezuela

Economia e segurança foram temas recorrentes durante a Conferência pela Paz na Venezuela, realizada na noite desta quarta-feira (26) no Palácio do Miraflores. A convoção foi feita pelo presidente, Nicolás Maduro, para tentar estabelecer o diálogo com diversos setores deste país polarizado, mas a falta de coesão foi evidenciada pelas ausências dos opositores Henrique Capriles Radonski, da coligação Mesa da Unidade Democrática e dos líderes estudantis que coordenam os protestos contra o regime bolivariano. Novas manifestações estão previstas hoje no país.

Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas.
Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, em Caracas. AFP/Presidencia
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Com a colaboração de Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas

Para justificar a não participação na Conferência pela Paz, os opositores afirmam que não é possível conversar com um governo repressor, em referência às denúncias da ação da Guarda e da Polícia Nacionais durante as manifestações que acontecem há três semanas na Venezuela. Maduro iniciou o encontro pedindo a todos que façam um exercício de tolerância.

Mesmo com estas ausências, que foram citadas em diversos momentos da reunião, personalidades do empresariado venezuelano puderam fazer sugestões para ajudar o país a superar a profunda crise econômica e social.

Escassez, inflação e insegurança são os grandes problemas do país

Para Miguel Ángel Pérez Abad, presidente da organização Fedeindustria, há três conspiradores na Venezuela: "a escassez, a inflação e a insegurança". Estes problemas voltaram a ser mencionados também por Jorge Roig, presidente da Fedecámaras, a Fiesp venezuelana, que destacou a necessidade do diálogo constante. "O país não está bem. Aqui estamos nos matando. O senhor tem a responsabilidade de acalmar os ânimos", enfatizou Roig.

De acordo com Lorenzo Mendoza, presidente das Empresas Polar, a mais importante fabricante de alimentos e bebidas do país, "no setor econômico não há polarização na Venezuela". Mendoza enfatizou a necessidade de que seja instaurada uma Comissão da Verdade na área econômica, sugestão que foi aceita por Nicolás Maduro.

A questão dos Direitos Humanos foi levantada por alguns participantes. Para o jornalista e ex-embaixador da Venezuela no Brasil, Vladimir Villegas, a Conferência deveria ter começado com um minuto de silêncio em memória dos mortos nos confrontos.

Dentre os representantes religiosos que estiveram na reunião, o representante do Núncio Apostólico leu uma mensagem de paz enviada pelo Papa Francisco, na qual o sumo sacerdote manifestou preocupação com o que está acontecendo na Venezuela.

Lula enviou mensagem de apoio a Maduro

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou desde Cuba seu apoio a Nicolás Maduro ao afirmar que ele "é um homem muito bem intencionado". O Movimento dos Países Não-Alinhados também manifestou solidariedade ao governo venezuelano.

Por sua vez, o chanceler Elías Jaua iniciou uma viagem pelos países do Mercosul, entre eles o Brasil, para denunciar os supostos planos de golpe de Estado na Venezuela. Maduro afirmou em outras ocasiões que há um golpe de Estado contínuo em marcha no país.

A Organização de Estados Americanos suspendeu a convocação da sessão extraordinária do Conselho Permanente que abordaria o caso da Venezuela. Uma carta enviada pelo embaixador venezuelano Roy Chaderton ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, motivou a decisão.

Nesta quinta-feira é feriado na Venezuela e estão previstas novas manifestações no país.
 

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