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Venezuela/ crise

Protestos continuam e mortos chegam a 33 na Venezuela

Novas manifestações mobilizaram milhares de pessoas contrárias e a favor do governo venezuelano neste sábado (22). O número de mortos desde o início dos protestos, há dois meses, aumentou para 33. Duas pessoas morreram por tiros durante um ato contra o presidente socialista Nicolás Maduro, disseram hoje testemunhas e a mídia local.

Manifestantes prometem ficar nas ruas até a renúncia do presidente Nicolás Maduro.
Manifestantes prometem ficar nas ruas até a renúncia do presidente Nicolás Maduro. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
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Cerca de 20 mil pessoas participaram de um protesto no leste da capital, Caracas, onde se concentram as mobilizações contra o presidente. Elas pediam o “fim da ditadura” e se queixavam de aumento dos preços e escassez de produtos.

O líder opositor Henrique Capriles, perdedor de duas eleições presidenciais, estava presente, mas não discursou. Houve princípio de tumulto no final do evento, e a polícia usou gás lacrimogêneo jatos de água para dispersar membros de grupos radicais.

Os manifestantes prometem permanecer nas ruas até que Maduro renuncie, na pior onda de protestos no país em uma década. Argenis Hernandez, 26 anos, foi baleado no abdômen quando protestava perto de uma barricada no centro da cidade de Valência, e morreu na manhã de sábado em um hospital próximo, de acordo com relatos da mídia local. Um motociclista que tentava atravessar a barricada atirou contra os manifestantes ao ser impedido de passar, ferindo Hernandez.

A outra vítima é o motorista Wilfredo Rey, 31. Ele morreu na sexta-feira à noite depois de ser baleado na cabeça durante um confronto entre manifestantes e pistoleiros encapuzados na cidade de San Cristobal, de acordo com moradores do bairro onde ocorreu o incidente. Rey não estaria envolvido nos protestos.

Os atos da oposição começaram em fevereiro contra o aumento dos preços ao consumidor, a escassez de produtos e criminalidade desenfreada. Eles se intensificaram depois que três pessoas foram mortas em 12 de fevereiro, no centro de Caracas. As manifestações, desde então, têm variado entre marchas pacíficas e confrontos violentos entre a polícia e manifestantes encapuzados, que atiram pedras e coquetéis molotov.

A favor de Maduro

Neste sábado, no centro de Caracas, reduto dos chavistas, uma multidão de estudantes se mobilizou para apoiar o governo e denunciar ataques contra a Universidade Experimental das Forças Armadas. Os participantes diziam lutar “contra o fascismo” e pelo “fim das barricadas assassinas”. O protesto era transmitido pela televisão estatal, o que não ocorreu com a manifestação da oposição.

No final do evento, Maduro subiu ao palco e discursou contra a “direita venezuelana, que adota expressões neofascistas” e “incendeia prédios universitários públicos”. O presidente se diz vítima de uma tentativa de golpe de Estado.
 

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